Em um novo flagrante realizado na segunda-feira (8), mais 19,8 mil metros quadrados de vegetação nativa foram desmatados no norte do RS. O caso aconteceu em Lagoa Vermelha, e chamou a atenção pelos danos causados a árvores da espécie Araucaria angustifolia, protegida por lei.
A partir de uma denúncia anônima, ao realizar a fiscalização na localidade dos Vimes, no interior do município, a equipe do 3º Batalhão Ambiental da Brigada Militar (BABM), flagrou os crimes contra a flora. Os quase dois hectares destruídos pertencem ao Bioma Mata Atlântica e a destruição atingiu cinco pontos distintos dentro da mesma propriedade.
No local, os policiais registraram o corte de 19 exemplares de pinheiros-brasileiros, além de quatro árvores da canela. As toras dos pinheiros foram serradas ainda dentro da propriedade, com uma serraria móvel, mas a máquina não foi localizada e a madeira já havia sido removida.
O proprietário das terras foi identificado e informou que não possuía licença ambiental para a intervenção na área. Assim, foi registrado boletim de ocorrência e o responsável responderá por crime ambiental.
A pena para o crime ambiental contra a flora varia de multa até detenção de um a três anos. O desmatamento florestal e uso irregular do solo causam diversos impactos ao meio ambiente, prejudicando a biodiversidade e acelerando as mudanças climáticas.
Risco de extinção até 2070
A Araucaria angustifolia é uma espécie protegida na legislação, por isso sua supressão só é permitida em casos específicos, como quando oferece risco à vida, à integridade física de pessoas ou a instalações e rede elétrica, mas tudo isso depende da avaliação do órgão ambiental.
É uma árvore típica das florestas do sul do Brasil, onde predomina o clima ameno, com invernos frios e bastante umidade. São justamente essas condições, que favorecem o nascimento e o desenvolvimento da planta, que devem ser abaladas, ameaçando a sobrevivência das florestas.
Com o aquecimento global, o ambiente ideal para o pinheiro-brasileiro ficará descaracterizado, o que pode significar a perda de até 96% dos territórios com condições de abrigar o vegetal. A intensa exploração madeireira é outro grande fator que contribuiu para a previsão de que a espécie seja extinta até 2070.