Os dias que antecedem o domingo de Páscoa são marcados por tradições e costumes cristãos que marcam a vida e morte de Jesus Cristo. Para a religião, essa é uma das datas mais importantes do ano, pois relembra os últimos dias e a ressurreição de Jesus.
— Esta semana é o centro de toda a vida da Igreja, porque converge em toda a compreensão da vida cristã. São três dias de tradição, em que sentimos cada momento de paixão, morte e ressurreição de Cristo — explica o arcebispo da Arquidiocese de Passo Fundo, Dom Rodolfo Weber.
A semana iniciou oficialmente no Domingo de Ramos, que relembra a chegada de Jesus a Jerusalém. A partir da Quinta-feira Santa (28), começa o período conhecido como Tríduo Pascal, que se estende até o Sábado Santo, neste ano celebrado em 30 de março.
Nestes dias, existem diferentes tradições, como o sacrifício do jejum e a sequência de missas e homenagens, que relembram cada passo de Jesus. Conheça as datas a seguir:
Quinta-Feira Santa
Nesse dia, ocorre a missa de instituição da eucaristia e lava-pés. Para o cristianismo, o momento faz referência ao dia que Jesus reuniu os apóstolos para a última ceia e antecipou a sua morte em um momento que simboliza seu corpo e sangue através do pão e do vinho.
Por isso, é comum que nas missas das quintas-feiras santas aconteça o rito de lava-pés, que ocorre quando membros da comunidade se dispõe a lavar os pés uns dos outros como um símbolo da humildade deixada por Jesus.
Sexta-Feira Santa e o jejum
Já a Sexta-Feira Santa é a celebração da paixão e morte de Cristo. A data carrega o simbolismo de doação da vida de Jesus à humanidade. É neste dia que os fieis jejuam ou deixam de comer carne vermelha em respeito ao sangue derramado por Jesus.
— A tradição existe há muitos séculos, é um sacrifício consciente, em que a pessoa abre mão de um algo bom e legítimo por solidariedade ao Cristo que está preso e sendo maltratado. Ele aceita sofrer agressão e perdoa, e frente a atitudes de deboche ele mostra a cura. Então é algo genuíno de quem quer mostrar empatia por ele neste dia — aponta o arcebispo.
A alternativa mais popular para a refeição se tornou o peixe, por ser um alimento simples e abundante em algumas regiões. Abdicar ou alterar as refeições, conforme o próprio Arcebispo, não são ritos oficiais que a Igreja propõe, mas nasceu de forma espontânea em diversas regiões do mundo, que foram incluindo o comportamento ao acontecimento principal da data.
Sábado de Aleluia e Domingo de Páscoa
Já o Sábado de Aleluia (30), tradição cristã é marcada pela Vigília Pascal, a solenidade da ressurreição de Cristo. Neste dia, os fieis têm a dimensão da espera e do silêncio e, após, a ressurreição. A vigília é dividida em quatro partes, de bênção do fogo novo, leitura de textos bíblicos, renovação do batismo e liturgia eucarística.
No Domingo (31), a missa leva o ritmo de recordação da Páscoa. A data também encerra a quaresma, período de 40 dias iniciado após o carnaval, na Quarta-Feira de Cinzas.