Aproximadamente 100 indígenas da etnia Kaingang ocuparam o terreno de uma escola na noite de domingo (10) em Caseiros, no norte do Estado. O grupo reivindica a posse de algumas terras da região. De acordo com a Brigada Militar, o grupo está portando paus, arcos e flechas. A manifestação ocorre de forma pacífica.
O terreno é parte da estrutura de uma antiga escola estadual localizada na comunidade rural de São Luiz. O local, porém, está desativado há mais de 10 anos e foi cedido à prefeitura de Caseiros e, hoje, serve para a realização de projetos sociais.
Conforme com o prefeito de Caseiros, Marcos Cazanatto, a prefeitura deve registrar um boletim de ocorrência solicitando a reintegração de posse do espaço. Ainda pela manhã, ele deverá conversar com as lideranças do movimento.
— Ainda estamos apurando os fatos. Mas o que temos de informação no momento é que eles querem a resolução de uma negociação processual que está parada há alguns anos. O processo trata sobre a posse de terras da região, que é reivindicada pelo grupo, mas cujo assunto segue indefinido por parte dos órgãos competentes — detalha o prefeito.
Samuel Rezo Claudino, uma das lideranças do movimento indígena, explica que o grupo reivindica a posse de 10,8 mil hectares de terra em área que abrange os municípios de Caseiros, Muliterno e Ibiraiaras. O espaço, segundo ele, foi negociada junto da Funai ainda em 2005, mas segue como um impasse na Justiça até hoje.
— Em 2005 ficou acertado que essa área seria repassada à comunidade, na época foram feitas todas as limitações do espaço geográfico. Depois, a Funai nos ofereceu 4,6 mil hectares para substituir o acerto inicial, o que aceitamos, desde que se fosse de forma imediata. Mas em função da PEC (Proposta de Emenda à Constituição) do marco temporal, o assunto não avançou, bem como a questão do acerto inicial — afirmou Claudino.
Agora, Claudino afirma que o grupo só vai deixar o local quando o assunto for resolvido e que o objetivo é a posse dos 10,8 mil hectares.
— Estamos organizados de forma pacífica. O grupo está aberto ao diálogo e espera que algo seja resolvido — pontua.
A Polícia Federal e a Força Nacional foram acionadas, mas até o momento apenas a Brigada Militar está presente no local.