Pelo menos quatro casas foram interditadas pela Defesa Civil pelo risco de deslizamento de terra na manhã desta quinta-feira (16) em Passo Fundo, no norte do RS. Os imóveis ficam no bairro Santa Maria, na Rua Epitácio Pessoa, em local próximo à ferrovia.
O local está sendo monitorado pela Defesa Civil desde 9 de novembro. Na segunda-feira (13), um laudo recomendou a interdição e, na quarta (15), uma nova inspeção confirmou que o talude apresenta risco de deslizamento.
Em comunicado emitido pela prefeitura de Passo Fundo, o coordenador da Defesa Civil no município, Fernando Carlos Bicca, informou que a empresa Rumo Logística, que explora as ferrovias na região, foi acionada para prover uma solução.
— Na terça-feira pela manhã notificamos a Rumo para que adote providências no sentido de eliminar o risco em um prazo de cinco dias, em razão da urgência da medida, e também que faça a apresentação de análise dos riscos da manutenção do transporte de cargas no trecho que apresenta comprometimento — disse.
GZH Passo Fundo procurou a empresa Rumo Logística para saber quais serão as medidas adotadas pela empresa e se haverá a manutenção do serviço de trens de carga no trecho. A empresa não enviou resposta até a publicação desta reportagem.
Moradores já saíram de casa
A forte chuva que atingiu o norte gaúcho na madrugada desta quinta-feira fez com que muitos moradores do local retirassem seus pertences e saíssem das casas. Porém, ainda há pessoas em residências próximas, que acompanham a situação com apreensão. Um exemplo é o aposentado Darci João Barbosa. Ele diz que tem medo de ter sua casa invadida se deixar o local e afirma não ter condições de pagar aluguel em outro local.
— No momento que eu sair, já tem gente que está aqui e vou perder tudo. Também não tem como pagar aluguel, a despesa é grande. A gente aqui é aposentado, tem que comprar remédio, os alimentos também né, não tem condições.
Barbosa conta que seu imóvel "treme" toda vez que o trem passa carregado pelos trilhos que ficam no morro acima.
A Defesa Civil segue monitorando o local e não descarta aumentar a área de interdição por conta do risco de deslizamento de terra. Segundo a prefeitura, as secretarias de Habitação e Assistência Social trabalham na questão de alojamento destas famílias em risco no menor prazo possível.