A presença de motoristas clandestinos tem causado transtorno aos taxistas com ponto fixo no Aeroporto Lauro Kortz em Passo Fundo. Segundo a categoria, há três meses cerca de oito motoristas que não têm a situação regularizada e nem fazem parte de aplicativos de corrida estão oferecendo o serviço de forma irregular no terminal. Marilde Orsato trabalha há 18 anos como taxista no aeroporto e diz que a situação nunca esteve tão complicada como agora:
— Está ficando bem difícil trabalhar aqui no aeroporto com essa situação. A gente todos dias acaba tendo um estresse por conta da reclamação dos passageiros que são lesados, por conta dessa turma que não tem educação — desabafa a taxista.
Em Passo Fundo, uma lei municipal estabelece valor fixo de R$ 50 para qualquer corrida de táxi a partir do terminal. Segundo a categoria, os motoristas que atuam de forma irregular cobram valores mais altos do que os táxis, mas para chamar os usuários, dizem dizem que a tarifa do táxi é bem maior. Para evitar esse tipo de situação, os taxistas estão usando placas informando o valor da tarifa.
— O passageiro desembarca e nem bem pegou a mala e já são abordados pelos motoristas clandestinos. Eles passam valor, dizem que o taxista cobra um valor absurdo. Às vezes, uma corrida que o passageiro ia pagar R$ 25 por exemplo, acaba pagando R$ 150. Daí o passageiro não tem o que fazer, ou desce ou não entregam a mala — diz o taxista Eduardo Glienke.
Outra reclamação é em relação ao uso irregular dos aplicativos de corrida, como explica o taxista Erivelto de Oliveira:
— O cliente chama a corrida por uma plataforma, eles cancelam [a corrida] e negociam os valores diretamente com o usuário. Eles não vão pelo valor do aplicativo.
A nossa reportagem encontrou no terminal o motorista de aplicativo Flávio Soares, que trabalha no local há seis meses. Ele diz que já viu motoristas clandestinos atuarem no local, mas que agora todos estão regularizados.
— O valor cobrado é realmente do aplicativo. Eu já recebi vários passageiros reclamando que cobram por fora dos dois lados, tanto de taxistas como de motorista de aplicativos. Já vi pessoas clandestinas aqui no aeroporto sim, mas agora todo mundo já se regularizou, buscou se cadastrar nos aplicativos.
Os taxistas ainda reforçam que o problema não é em relação aos motoristas de aplicativos, mas sim ao trabalho irregular e cobram mais fiscalização das autoridades.
— A nossa queixa não é quanto aos aplicativos, é quanto a forma que eles estão trabalhando. Isso é clandestino e transporte clandestino pelo que eu sei é crime — finaliza a Marilde.
O secretário de Segurança Pública de Passo Fundo, João Darci Gonçalves, explicou que tem conhecimento da situação e que já recebeu na secretaria representantes dos motoristas de aplicativos e também taxistas para ouvir as demandas e reivindicações. Sobre a fiscalização, o secretário reforçou que ela é realizada e que motoristas já foram autuados por irregularidades no transporte.
— Nós estamos fazendo uma fiscalização até quase acima da nossa capacidade operacional. Agora nos últimos dois meses foram praticamente duas fiscalizações por semana só no aeroporto. E é preciso lembrar que nós temos toda uma cidade para fiscalizar. Já recebemos aqui na secretaria tanto taxistas como condutores de aplicativos para ouvir as demandas e pra chegar a uma denominador comum. É cada um fazer a sua parte dentro da legalidade — pontua o secretário.
Denúncias sobre o transporte irregular podem ser feitas na secretaria de Segurança Pública através do telefone (54) 3311-1195.
GZH Passo Fundo
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