A temporada ainda não começou, mas o Esporte Clube Passo Fundo já passa por momentos delicados. O presidente Volnei Trapasson renunciou ao cargo e, agora, o clube será comandado por um colegiado, formado por seis ex-presidentes até junho, quando ocorrerá nova eleição.
O grupo será liderado por Silvino Ferrão, que já foi presidente do Tricolor. O restante do colegiado assumirá diversas funções dentro do clube. Em conversa com a reportagem de GZH, Ferrão não deu detalhes sobre quais cargos cada membro assumirá, mas deverá ser anunciado nos próximos dias.
— O clube está numa situação meio difícil, mas vamos fazer futebol e vamos pagar as contas e limpar o nome do clube. Temos que limpar o clube, que sempre foi um clube limpo. Agora deu uns probleminhas. O futebol tem que se fazer com os pés no chão. Vamos fazer futebol com os pés no chão, com pessoas experientes — disse Ferrão, que ainda confirmou que Volnei Trapasson é um dos integrantes deste colegiado.
— É um grupo que vai assumir o Passo Fundo. Estamos fazendo reunião todos os dias para achar uma saída para o Esporte Clube Passo Fundo. O Passo Fundo é grande demais para ficar nesse marasmo.
Trabalho para quitar dívidas
O ex-presidente confirma que o clube tem muitas dívidas e que era preciso uma intervenção para que a situação não piorasse ainda mais.
— Chegamos à conclusão que não tinha saída para o Passo Fundo. Se nós não fizéssemos isso, o Passo Fundo não iria ter saída. Temos um vasto patrimônio para preservar e faremos isso. Todos trabalharam anos pelo clube e não vamos deixar afundar. Vamos recuperar tudo. O futebol se faz com os pés no chão. Não pode ter dívida.
O valor da dívida que o clube tem não foi divulgado, mas o objetivo é entregar o clube sem pendências para a nova gestão que assumirá em junho.
O sistema de presidencialismo do Passo Fundo está em terra arrasada.
SILVINO FERRÃO
ex-presidente do Passo Fundo
— Estamos tomando conhecimento aos poucos (do tamanho da dívida). Futebol não se faz com emoção e, sim, com a razão. Fazer um plantel cheio de jogadores e vai ficando com dívida. O clube fica inviável. Temos um patrimônio invejável. É um dos poucos times que tem um patrimônio próprio. É do clube.
Ferrão revelou muita preocupação com a situação atual do Tricolor. No entanto, ao mesmo tempo demonstra otimismo em melhorar a saúde do clube.
— Faz uns 30 dias que fomos convocados para uma reunião e tomar conhecimento das coisas. O sistema de presidencialismo do Passo Fundo está em terra arrasada. Uma andorinha sozinha não faz verão. Mas temos tempo hábil de organizar. Vamos usar do nosso prestígio e sabedoria para fazer uma coisa em conjunto. Tem muito trabalho pela frente — disse.
Montagem do elenco para a Divisão de Acesso
O primeiro passo do colegiado é organizar as dívidas que o clube tem, o que tornou a situação difícil nos últimos meses. O grupo realizou uma série de reuniões e está tomando conhecimento do tamanho das dívidas para organizá-las. O segundo passo é iniciar a montagem do elenco.
— Primeiro tivemos que ajustar e catalogar as dívidas. Agora, uma equipe vai trabalhar no futebol, cada um vai assumir uma pasta e tudo vai ser resolvido em grupo. Já estamos olhando jogadores e treinador. Não estamos parados — ressaltou o ex-presidente.
Ferrão minimizou o fato de o Passo Fundo ser o único clube da Divisão de Acesso que ainda não anunciou treinador e sequer iniciou a montagem do elenco.
— Não adianta a gente começar no oba-oba. Temos experiencia com isso. Futebol se você tem um plantel na mão com 30 ou 40 dias antes não precisa mais. Só não pode rifar dinheiro, tem que ser bem gasto — explicou o dirigente que ainda afirmou não ter nome de treinador cotado para assumir o cargo.
Apesar das dificuldades, Ferrão quer tranquilizar os torcedores e garantiu empenho do grupo para reviver tempos de glória no estádio Vermelhão da Serra.
— O torcedor pode ficar tranquilo que nós estamos trabalhando. Não estamos parados. Estamos nos organizando e o torcedor conhece o nosso trabalho. Temos uma vivência longa no Passo Fundo. Vamos precisar do torcedor e da comunidade. Vamos fazer esse clube voltar ao que era – garantiu.