Aos 33 anos, Matheus Gaúcho fez da ida ao ginásio uma rotina diária. Ídolo da torcida, o pivô do Passo Fundo Futsal é um dos principais atletas do Estado e sinônimo de títulos pelo clube do norte do RS.
— Eu gosto do lugar onde estou. Desde que cheguei me identifiquei com o clube e com a cidade. Eu trabalho para isso — disse.
A trajetória no futsal começou ainda na infância, com incentivo da família. Natural de Canoas, Matheus Gaúcho chegou ao Passo Fundo Futsal (PFF) em 2019 após passagem pelo Tapejara. De lá para cá, são mais de 100 partidas com a camisa laranja e azul.
— Meu pai e tio jogavam, então sempre me levaram para os jogos e sempre joguei. Era minha paixão desde a escola — conta o atleta.
“Uh, terror! O Gaúcho é matador”
Quem assiste aos jogos do Passo Fundo Futsal pode ter uma certeza: vai ter gol do Matheus Gaúcho. Conhecido por balançar a rede em qualquer disputa, a torcida até criou um bordão para homenagear o pivô: "uh, terror! Gaúcho é matador".
Em 2024, o atleta completa seis temporadas em Passo Fundo. Depois de liderar a artilharia do Gauchão com 33 gols em 2021, o pivô repetiu a dose no ano passado em 20 oportunidades.
Mas, apesar do faro aguçado para o balanço das redes, Gaúcho diz que não existe uma receita certa para o bom desempenho, muito menos um ritual.
— Não acredito em nada disso. O principal para mim é o descanso mesmo. Em dia de jogo eu acordo perto das 7h30min, tomo meu café, não tenho ritual nenhum. Tento ser apenas o primeiro a chegar.
A rotina fez do atleta um ídolo pela torcida tanto dentro quanto fora da quadra.
— Eu não esperava isso, mas me identifiquei. Qualquer camisa que eu vestir eu vou me entregar por completo. Sempre joguei assim e gosto de vencer. A torcida me abraçou de uma forma incrível. Então é muito bacana ver o carinho das pessoas na rua. É uma responsabilidade muito boa — revela.
Referência e liderança
O estilo aguerrido e a ligação com a torcida deram a Matheus Gaúcho a braçadeira de capitão. A responsabilidade de ídolo e também de liderança é revertida para dentro de quadra nos treinamentos.
— É o capitão, então às vezes tem que puxar a orelha dos outros. Mas ele sempre procura manter a seriedade no treinamento e vai estimulando os outros. Se ele está bem no treino, puxa os outros também. É um cara em quem a gente se espelha — disse o técnico Flavio Cavalcanti.
O professor, que chegou a Passo Fundo em dezembro passado, conta que a competitividade é uma das principais características para qualquer atleta e formação do elenco.
— Esses atletas já sabem como o clube funciona e como é o nível de cobrança. Essa identificação faz o público vir ao ginásio e se identificar com a equipe. Então é sempre importante você ter esses jogadores, porque são atletas que sabem lidar com a situação nos momentos mais difíceis.
Enquanto isso, Matheus Gaúcho entende que o trabalho precisa ser único para cada temporada. E, se depender dele, a trajetória com as cores do Passo Fundo Futsal não tem data para encerrar.
— A torcida sempre pode esperar de mim vontade e dedicação, não é falta nunca. Sou agradecido por tudo que Passo Fundo me deu. Espero poder ficar ainda mais alguns anos, mas que seja a vontade de Deus — finalizou o pivô.