Um vídeo feito por estudantes do Instituto Estadual Rui Barbosa em São Luiz Gonzaga, no noroeste gaúcho, viralizou nas redes sociais ao denunciar o calor nas salas de aula. A escola não pode utilizar os aparelhos de ar condicionado por risco de sobrecarga da rede elétrica, que não suporta os climatizadores.
A cidade se destaca anualmente por estar entre as temperaturas mais altas registradas no verão do Rio Grande do Sul: a máxima média é de 30ºC, conforme acompanhamento da Climatempo. Foi essa sensação de calor que motivou os alunos do Ensino Fundamental a denunciarem o problema.
— O vídeo foi produzido pelas crianças do 6° ano, foi da autonomia deles. Eles enfrentam todas as tardes o calor intenso de São Luiz, por várias vezes considerada a cidade mais quente do Estado. Mas nossa luta é antiga, existem solicitações desde 2006 — explica a diretora Eliane Brum.
No vídeo, que acumula mais de 53 mil visualizações no Instagram, os jovens pedem ajuda no compartilhamento do problema, para que a Secretaria Estadual de Educação atenda ao pedido da escola.
"Temos ar condicionado na nossa escola mas não podemos ligar eles porque pode ocorrer um curto circuito e a escola pode ter um incêndio. Não conseguimos ficar dentro, parece um forno" comenta um dos alunos na publicação.
Outra estudante resume a situação nos comentários: "Não conseguimos aprender, ficamos suando. E para resolver só precisamos da autorização do Estado".
Um projeto de reforma tramita na Secretaria da Educação (Seduc), mas sem previsão de licitação.
Problema existe há 18 anos
A instituição é um dos principais braços da rede estadual em São Luiz Gonzaga, com 762 alunos matriculados nos turnos da manhã, tarde e noite. As turmas são formadas por uma média de 28 alunos, que assistem as aulas em salas de 35 metros quadrados.
Por conta da grande demanda, a escola tenta resolver o problema da rede elétrica há pelo menos 18 anos; conforme a diretora, há registros de pedidos encaminhados ao Estado desde 2006. Mas foi em 2015, após a instalação dos climatizadores, que o problema se tornou mais grave.
— Temos 26 salas climatizadas, porém nenhum climatizador pode ser ligado. Fomos orientados por eletricistas sobre o risco de sinistro caso a rede seja sobrecarregada. Por conta disso já mandamos dois projetos da reforma para a Seduc, o último em março, mas ele não anda — resume Eliane.
O que diz o Estado
A reportagem de GZH Passo Fundo entrou em contato com a Secretaria da Educação para saber sobre o andamento do projeto. Por meio de nota, foi informado que o texto teve correções nesta semana e que está na Secretaria de Obras Públicas da pasta, em fase de análise.
Se aprovado, o projeto irá para licitação. Porém, não há uma previsão de quando o Estado dará esta resposta.
O projeto prevê a reforma da rede elétrica e instalação de uma subestação para atender a demanda da escola. Os valores previstos de investimento são de aproximadamente R$ 400 mil.