O tráfego na fronteira Brasil-Argentina, que abrange municípios do extremo noroeste e da Campanha do Rio Grande do Sul, foi normalizado nesta quarta-feira (30) após acordo dos trabalhadores das aduanas com o governo do presidente Javier Milei.
O motivo é a recente decisão de Milei em extinguir a Afip, a Receita Federal da Argentina, e criar a Agência de Arrecadação e Controle Aduaneiro (Arca), que prevê redução de 40% no efetivo de servidores. Por isso, na segunda (28) e terça-feira (29), funcionários determinaram uma paralisação até sexta (1º), o que causou atrasos de até 12h na passagem entre os países.
Na noite de terça-feira um acordo preliminar entre o Sindicato Único del Personal Aduanero de la República Argentina (Supara) e a Arca suspendeu a greve até segunda-feira (4), quando ocorre uma nova audiência.
Com isso, as operações nas fronteiras foram normalizadas, mas a situação permanece sujeita a mudanças.
Lado brasileiro expressa preocupação
Entrevistado por GZH Passo Fundo, o presidente da Federação Econômica Brasil, Argentina e Paraguai (Febap), Gerson Lauermann, disse que a entidade está em alerta sobre os recentes desdobramentos.
Segundo ele, no momento a principal preocupação é fazer com que turistas e trabalhadores brasileiros não fiquem retidos do outro lado da fronteira.
A entidade protocolou uma solicitação junto à Afip e à nova Arca para agilizar os trâmites de migração, garantindo que as pessoas não sejam prejudicadas e evitando que fiquem "presas" em outro país.
— A situação se agravaria com a falta de pessoal e possíveis novas paralisações que sobrecarregariam as aduanas — afirmou.