O combate à dengue, doença que matou 70 pessoas no RS só em 2024, virou tema de uma peça teatral no norte gaúcho. Encenado por atores do Núcleo Rindo à Toa, de Passo Fundo, o espetáculo recebeu o título de Mundo Encantado Contra da Dengue e é uma adaptação de O Gigante Egoísta, do escritor e poeta britânico Oscar Wilde.
No palco, os artistas levam informações sobre o mosquito Aedes aegypti de forma lúdica e abordam os riscos que a dengue pode causar ao ser humano. A peça, que dura 45 minutos, já foi apresentada em diversas cidades do norte gaúcho. Um exemplo é Ciríaco, de 4,1 mil habitantes. Lá, mais de 200 alunos de sete escolas do município tiveram acesso ao espetáculo.
— A gente não tem dúvida que a arte, principalmente o teatro, é uma das formas mais diretas com o público. Essa forma de passar a mensagem, de forma didática, pedagógica, divertida e bem-humorada, faz com que as crianças saiam (da apresentação) felizes e sabendo tudo o que precisam fazer para evitar que esse mosquito se prolifere — disse o ator e diretor Márcio Meneghell, que lidera o espetáculo.
Em 2024, a pequena Ciríaco registra sete casos confirmados de dengue e um em investigação. Apesar de ser um número baixo, é uma situação atípica ante anos anteriores, em que o município registrava um ou nenhum caso da doença. Por isso, as secretarias municipais de Saúde e Educação decidiram investir no espetáculo e, assim, alcançar o maior número de famílias possível para conscientizar sobre o assunto.
— A gente vê a importância de levar essas informações diretamente para as famílias e acreditamos que a melhor forma de fazer isso é através das crianças nas escolas — disse a secretária de Educação, Solange Kicz Viech.
Ação dentro e fora do palco
O teatro é apenas uma das ações de conscientização promovida nas escolas de Ciríaco. Desde o início do ano, os alunos têm sido provocados a transmitir a mensagem de alerta para todos que estão em casa através de tarefas escolares. Conforme a professora Lurdes Alvez, as escolas fizeram um desafio como proposta para combater a dengue: junto das famílias, os alunos foram chamados a verificar se existiam locais com água parada ou indício dos mosquitos em suas casas.
— Então, eles trouxeram para a escola o que eles acharam, pneus, essas coisas. A única coisa que a gente tem que fazer, realmente, é a prevenção — disse.
No fim, as atividades serviram para ensinar os mais novos e refrescar a memória dos mais velhos, como é o caso do estudante do ensino fundamental, Iuri Zonta Mancini, 12.
— Aprendi que tem que tirar a água quando ficar parada, caso contrário o mosquito vem, põe um ovo e aí nasce esse mosquitinho que mata muita de gente — pontuou.