Barão de Cotegipe, 1951. O cenário e o período podem não parecer animadores, mas foi neste contexto que Etelvino Picolo deu origem à empresa que hoje produz cerca de 300 toneladas de erva-mate por ano, atendendo o mercado interno e outros 15 países. Nascia a erva-mate Barão, pioneira em uma série de processos que fizeram não apenas o próprio produto, mas todo o mercado crescer.
Trinta anos depois, a empresa desenvolveu uma tecnologia para sapecar e secar a erva-mate, fazendo com que ela chegasse às prateleiras verdinha como os gaúchos gostam de ver até hoje. Outros processos também têm a mão de Etelvino, como o secador rotativo, a esteira de secagem sem fumaça e a embalagem a vácuo, como lembra a diretora industrial da Barão Erva-mate e Chá, Ana Paula Picolo:
– Desde aquela época, meu avô foi criando novos equipamentos e tecnologias para a erva-mate. Começou com a fabricação artesanal, plantando mudas e processando tudo manualmente, Muitas das tecnologias e dos processos que existem hoje foi meu avô que desenvolveu.
Mais recentemente, a empresa se lançou no mercado de chás, inclusive em cápsulas – mais um pioneirismo. Para completar, a presença no mundo digital veio por meio da Barão Shop, que vende os produtos pela internet, e estratégias de divulgação nas mídias sociais.
Tudo isso foi reconhecido pelos gaúchos. Este ano, a Barão foi a marca de erva-mate mais lembrada na pesquisa Top Of Mind, do Grupo Amanhã. Além disso, venceu o prêmio Love Brands, no mesmo levantamento.
Em entrevista, Ana Paula Picolo destaca o perfil inovador e pioneiro que pauta a atuação da empresa e comemora a conexão com os consumidores por meio de uma marca tradicional do Estado:
Quais os diferenciais dos produtos desenvolvidos pela Barão Erva-mate e Chá?
Além de toda a questão de inovação, somos muito preocupados com a qualidade dos produtos. Desenvolvemos sistemas que garantam os melhores processos e também temos um amplo mix, para todos os gostos. Desde produtos para os mais tradicionalistas, passando pelos jovens, quem quer praticidade, homens e mulheres. Isso nos diferencia no mercado.
O que significa receber um prêmio como o Top Of Mind RS?
Para nós foi uma satisfação e uma surpresa muito grande. A gente sempre compartilhava com outras marcas, vencendo em algumas categorias, ficando em segundo lugar em outras. Este ano recebemos dois prêmios do Grupo Amanhã, marca mais lembrada e também a mais querida, assim como havia acontecido no Marcas de Quem Decide, em 2022. Ficamos muito felizes por esse reconhecimento e por saber o quanto os gaúchos apreciam nossa marca. É algo que nos move para fazermos sempre melhor e buscarmos algo mais especial para quem consome nossos produtos.
A Barão Shop também mostra o DNA inovador da empresa?
Estamos trabalhando com o marketing digital desde 2016. Quando veio a pandemia, acabamos saindo um pouco na frente porque já tínhamos e-commerce, algumas coisas encaminhadas, mas intensificamos isso. Foi algo que, aqui na empresa, o pessoal mais antigo não apostou muito. Havia certa resistência, uma dúvida se as pessoas procurariam erva-mate pela internet. Mas fomos surpreendidos pela procura e o crescimento, embora ainda não seja algo expressivo para a empresa. Vamos focar porque estamos vendo um movimento do marketing para essa área. Queremos pegar o público que está na internet.
Com essa veia de vanguarda, o que a empresa projeta agora?
Maior presença digital, inclusive com influenciadores. Já fizemos testes, alguns deram certo, outros nem tanto. Estamos preparando um plano um pouquinho diferente para poder reforçar a presença digital – para sermos ainda mais lembrados na prateleira do mercado, também. O peso histórico é importante no setor ervateiro. Tivemos altos e baixos, isso é o que nos dá uma base sólida para acompanhar a concorrência mais jovem, mas também ser essa vanguarda.