O mercado de aluguéis temporários, em especial impulsionados pelo aplicativo Airbnb, ganha cada vez mais espaço em Passo Fundo.
Em outubro, havia 218 imóveis disponíveis para esse uso na cidade, um salto de 18,48% quando comparado aos 163 do mesmo mês do ano passado. Os dados são da plataforma AirDNA, que monitora o movimento de aluguel temporário em todo o mundo.
Na sexta-feira (22), a análise do site deu a Passo Fundo nota 94 no desempenho de mercado nesse segmento — mais que Porto Alegre (93) e um ponto a menos que a cidade do Rio de Janeiro (95).
— Isso mostra como esse mercado é promissor. Em Passo Fundo tem muitos investidores e alta demanda de construção. Vejo que, quanto mais completo é o apartamento, maior a garantia de que estará sempre locado — disse o engenheiro e gestor de imóveis cadastrados no Airbnb, Fioravante Brun.
De Porto Alegre, Brun mora em Passo Fundo há quase dois anos e mantém uma empresa onde atua como "anfitrião profissional": proprietários o procuram para que ele seja o responsável pelo gerenciamento dos apartamentos no Airbnb.
Hoje a empresa BnB Soluções tem dois funcionários dedicados à limpeza e gerenciamento dos seis apartamentos que administra em Passo Fundo. Outra equipe de quatro pessoas trabalha para fazer o mesmo com os 25 imóveis dedicados exclusivamente à plataforma Airbnb em Porto Alegre.
Como é o mercado em Passo Fundo
Na experiência de Brun, a maioria dos hóspedes que buscam Airbnb em Passo Fundo vêm para tratamento nos hospitais, visitas familiares, estudo e/ou trabalho temporário.
Os dados da plataforma AirDNA mostram que 71% das locações por temporada são de apartamentos com um dormitório. Cerca de 22% dos hóspedes procuram locais com dois quartos.
A taxa média de diárias é de R$ 185,2, mas é possível encontrar imóveis por muito menos que isso, como R$ 70 ou R$ 90, por exemplo. O centro e entorno de hospitais são as regiões mais procuradas.
Em geral, os hóspedes ficam nos locais por três dias e a taxa média de ocupação é de 44% (ou seja, o tempo em que o anúncio esteve ocupado ou reservado).
Opção de investimento
Durante a pesquisa para a coluna constatei que quem entra nesse mercado descobre um mundo à parte — e uma boa opção de investimento.
É o caso do propagandista farmacêutico João Carlos Rodrigues da Silva, que em maio optou por disponibilizar o apartamento para estadias temporárias em vez de colocá-lo no aluguel convencional.
Nesse caso, é o proprietário que paga as despesas do imóveis, como IPTU, condomínio, luz, internet e água. Mesmo assim há lucro.
— Como o apartamento é mobiliado, eu iria alugar por R$ 1,2 mil. No Airbnb, eu consigo até R$ 2,9 mil por mês. Pagando as contas, sobra uma média de R$ 2 mil, ou seja, 40% a mais (do que o aluguel fixo) — disse.
O técnico em próteses dentárias Cleomar Zotts começou com um apartamento e hoje tem dois que funcionam como Airbnb. No futuro, pretende colocar um terceiro imóvel no negócio, que rende por mês cerca de R$ 4 mil, já sem as despesas:
— Esses apartamentos ficam perto dos hospitais e isso chama muito as pessoas, em especial que vêm de longe, que não faltam em Passo Fundo.
Para comentários, dúvidas e sugestões de pauta entre em contato através do e-mail julia.possa@gruporbs.com.br.