Por Guilherme Sander, presidente da Sociedade Gaúcha de Gastroenterologia
O câncer colorretal representa um desafio crescente para a saúde pública no Rio Grande do Sul e no Brasil. Dados do Instituto Nacional do Câncer (INCA) posicionam esta neoplasia como a terceira mais prevalente no país, com aproximadamente 45 mil novos diagnósticos anuais. A incidência é similar entre homens e mulheres, predominando após os 50 anos, com taxa de risco estimada em 21 casos por 100 mil habitantes.
Em Porto Alegre, a situação é particularmente preocupante, com o câncer colorretal figurando entre as principais causas de mortalidade prematura. Frente a este cenário epidemiológico, a Sociedade Gaúcha de Gastroenterologia enfatiza a importância das estratégias preventivas. O Março Azul, campanha internacional de conscientização e combate ao câncer colorretal, destaca uma estatística promissora: quando diagnosticado em fase inicial, este tipo de câncer apresenta taxas de cura superiores a 90%, conforme o INCA.
Os fatores de risco mais significativos incluem predisposição genética familiar, obesidade, dieta deficiente em fibras e elevada em alimentos ultraprocessados, tabagismo e etilismo. Para minimizar o risco de desenvolvimento da doença, recomenda-se a adoção de hábitos saudáveis. Uma alimentação balanceada, rica em fibras, frutas e vegetais, contribui para a saúde intestinal. A cessação do tabagismo e a moderação no consumo de bebidas alcoólicas são fundamentais, considerando seus efeitos pró-inflamatórios e carcinogênicos. O controle ponderal e a atividade física regular constituem medidas complementares essenciais. Igualmente importante é a realização da colonoscopia a partir dos 45-50 anos, exame que permite a identificação e remoção de pólipos intestinais antes de sua potencial transformação maligna.
Em Porto Alegre, a situação é particularmente preocupante, figurando entre as principais causas de mortalidade prematura
Além das medidas preventivas, é crucial reconhecer os sinais de alerta: alterações no padrão intestinal, hematoquezia ou melena, dor abdominal recorrente, emagrecimento não intencional e astenia persistente são manifestações que requerem avaliação médica imediata.
A Sociedade Gaúcha de Gastroenterologia reafirma seu compromisso com a promoção da saúde digestiva na população gaúcha e ressalta que a prevenção primária e o diagnóstico precoce constituem os pilares fundamentais para reduzir o impacto desta condição em nosso Estado.