Por Janaina Cunha, diretora de Programas Sociais do Departamento Nacional do Sesc
O Brasil é um país de grande diversidade cultural, fruto da convivência de várias etnias e seus legados históricos. E se por um lado a cultura nos provê de entretenimento e preservação de memórias, por outro representa emprego, renda e desenvolvimento social. Estudos apontam que a economia criativa contribui com 3,11% do PIB brasileiro e gera com suas atividades cerca de 7,5 milhões de empregos. Trata-se de uma área de grande relevância, sendo fundamental o desenvolvimento de políticas públicas que estimulem os setores criativos.
Contribuímos dessa forma não só com a cadeia produtiva da área de cultura local, como também para a valorização desses artistas e a difusão da produção nacional
No caso de calamidades, faz-se ainda mais premente o apoio não apenas do Estado, como também da iniciativa privada. Desde o início da tragédia do sul do país, o Sistema Comércio se mobilizou de forma a auxiliar as famílias que ficaram desabrigadas, levando não apenas alimentos e produtos de primeira necessidade, como também acolhimento e esperança de dias melhores.
Passado esse momento mais difícil, novamente nos mobilizamos para colaborar agora com a retomada do setor cultural gaúcho. Lançamos o projeto Circula Sesc — Artistas Gaúchos pelo Brasil, que proporcionará a circulação de grupos artísticos do Rio Grande do Sul por todas as regiões do país. Foram 72 produções selecionadas por meio de uma convocatória pública, nas áreas de artes cênicas, música e literatura.
Nosso objetivo principal é abrir espaço para receber o trabalho de profissionais que tiveram grandes perdas materiais e ainda hoje sofrem com as consequências das enchentes em suas cidades, como a suspensão de espetáculos e a falta de perspectivas para novos trabalhos. Contribuímos dessa forma não só com a cadeia produtiva da área de cultura local, como também para a valorização desses artistas e a difusão da produção nacional.
Uma missão que o Sesc abraça e cumpre com excelência há quase oito décadas.