Por Fávaro Lummertz, professor do Curso Normal e supervisor educativo da Rede La Salle
No mês de outubro celebramos o dia do professor. Com isso, não podemos deixar de refletir e reconhecer a importância do Curso Normal, antigo Magistério, ao longo da história. Ele desempenha um papel crucial na formação inicial de professores da Educação Infantil e Anos Iniciais do Ensino Fundamental. Essa modalidade de ensino, tantas vezes transformada, segue sendo objeto de debates e questionamentos sobre sua relevância e eficácia na formação de educadores. É no Curso Normal que temos o primeiro contato com reflexões sobre o ensinar e aprender, criamos vínculos com as crianças, testamos metodologias e realizamos discussões sobre a docência. O Rio Grande do Sul conta atualmente com 95 escolas que ofertam o Curso Normal.
A articulação entre o Curso Normal e os cursos de Pedagogia pode ser uma estratégia eficaz para formar educadores preparados para os desafios da educação contemporânea
O Curso Normal se divide em duas modalidades: Nível Médio, concomitante às disciplinas regulares, e Pós-Médio, onde se retorna para a escola para cursar disciplinas de didática, psicologia e filosofia. Ele pode ser visto como uma formação inicial que prepara o aluno para continuar os estudos, em nível superior, na carreira docente. É preciso que os governos deem visibilidade a esta formação de professores incentivando o programa Jovem Aprendiz, fazendo chamadas em meios midiáticos que expliquem o que é o curso e quais as perspectivas de mercado. Esse curso, independente do nível, é crucial para a formação de professores, pois contribui para o desenvolvimento de habilidades essenciais para a prática docente. É nele que se desenvolve a aprendizagem in loco com a prática, oficinas e metodologias diversas.
A articulação entre o Curso Normal e os cursos de Pedagogia pode ser uma estratégia eficaz para formar educadores preparados para os desafios da educação contemporânea.
A valorização do magistério vai além do reconhecimento salarial, pois se faz com a valorização da formação inicial. É preciso salvar o Curso Normal, presente no nosso Estado, divulgando-o e valorizando com políticas que o qualifiquem.