Por Pablo Perini, diretor de Marca, P&D da Casa Perini e sommelier
No universo do vinho, a diversidade é a regra e a arte de degustar transcende o simples ato de beber. Para apreciar um vinho, é preciso abrir a mente e o paladar. Essa mentalidade deve ser aplicada ao olhar para as vinícolas gaúchas, especialmente em um momento em que o Estado se reergue após a maior enchente de sua história. Afinal, há tempos um trabalho louvável é feito pelo setor na descoberta de distintos terroirs, além de investimentos substanciais em enologia. Isso resulta na construção de dois pilares essenciais para vinhos de renome: tipicidade e qualidade consistente.
As vinícolas do Estado investem cada vez mais em capital humano, aperfeiçoando técnicas e processos para garantir que cada garrafa seja a melhor
As vinícolas desempenham um papel crucial no desenvolvimento da serra gaúcha, um dos principais pólos vitivinícolas do Brasil. Cada uma cultiva a cultura enraizada em sua região. Seja nos vinhos da Campanha, no Vale dos Vinhedos, na Terra do Moscatel ou no Vale Trentino, nosso estado oferece uma rica gama de terroirs. Essa variedade se traduz em numerosos varietais que, nas mãos dos especialistas, originam vinhos brancos, rosés, tintos, frisantes e espumantes, compondo um mosaico de aromas e sabores.
Em um mercado competitivo, com países como Chile e Argentina, que entram com força devido às condições de importação, o vinho gaúcho se destaca pela qualidade. As vinícolas do Estado investem cada vez mais em capital humano, aperfeiçoando técnicas e processos para garantir que cada garrafa seja a melhor. Isso se reflete nas premiações, onde vinhos gaúchos brilham ao lado de grandes nomes mundiais. Estamos no jogo entre os principais players do mundo do vinho.
Certa feita ouvi que o principal motivo pelo qual o brasileiro bebe pouco vinho nacional é o desconhecimento. O vinho, como a arte, não exige expertise, mas sensibilidade. Degustar é um convite a sentir, explorar e vivenciar. O produto gaúcho convida a uma descoberta sensorial, onde a procedência e a autenticidade são fundamentais. No fim, o vinho gaúcho, assim como a arte, é para ser sentido, apreciado e vivido. Contemple esse terroir. Saúde!