Debates entre postulantes a cargos públicos estão entre os momentos mais cruciais em uma campanha eleitoral. É nestes encontros que os candidatos são desafiados a responder à queima-roupa sobre projetos e explicar programas de governo. São confrontados com posturas contraditórias, opiniões e decisões pretéritas. Estão expostos ao embate de ideias frente a frente com os adversários. Para o eleitor, é a oportunidade de ter um panorama amplo das candidaturas, compará-las e decidir o voto com maior convicção.
Será necessário que, daqui para a frente, as candidaturas esmiúcem melhor as suas propostas para a Capital
Todos esses elementos apareceram ontem no primeiro debate entre os pré-candidatos à prefeitura da Capital, realizado pela Rádio Gaúcha. Participaram Felipe Camozzato (Novo), Juliana Brizola (PDT), Maria do Rosário (PT) e Sebastião Melo (MDB), pré-candidatos cujos partidos e federações têm representantes no Congresso Nacional. Como era esperado, o principal tema foi a enchente de maio e as formas de evitar novos alagamentos no futuro, com o fortalecimento do sistema anticheias. É a inquietação número 1 hoje dos porto-alegrenses. Mas aguarda-se que, nas próximas oportunidades, os pretendentes à tarefa de administrar o município entre 2025 e 2028 sejam mais objetivos e se aprofundem não apenas nesta questão, central para o futuro da Capital, mas em outros de grande relevância, como saúde, educação e mobilidade urbana.
Merecem registro, entre os pontos positivos, a manutenção do respeito entre os pré-candidatos, mesmo nos momentos mais tensos de contundência e de cobrança, além do dinamismo do debate possibilitado pelo número enxuto de participantes. Também é digna de nota a precedência da discussão em torno dos problemas reais da cidade, que afetam o dia a dia da população, mesmo que temas relacionados à polarização nacional tenham emergido em alguns instantes.
Ainda assim, é dever postular mais dos que estão em busca da confiança do eleitor de Porto Alegre. Será necessário que, daqui para a frente, as candidaturas esmiúcem melhor as suas propostas, apresentem de forma detalhada como irão cumprir os compromissos assumidos e digam de onde sairão os recursos. Os porto-alegrense estão à espera de soluções palpáveis. Jogo de empurra sobre responsabilidades e acusações mútuas nada resolve.
Cioso do dever de estar a serviço da sociedade gaúcha, o Grupo RBS centrará a sua cobertura eleitoral na apresentação de propostas. Veículos e plataformas abrirão amplos espaços para a exposição de ideias. Em setembro, o Gaúcha Atualidade fará entrevistas individuais com os quatro primeiros colocados nas pesquisas de intenção de voto. Entre a segunda quinzena de agosto e a primeira de setembro, no programa em vídeo Me Leva, em GZH, a gerente de Programação e Jornalismo da Rádio Gaúcha, Andressa Xavier, dará uma carona aos candidatos para circular pela cidade e tratar de respostas aos problemas de Porto Alegre. No videocast Zona Eleitoral, serão sabatinados os cabeças de chapa e os seus vices. Os concorrentes também responderão a temas do cotidiano da Capital na seção Vida Real, de Zero Hora, e voltarão a debater no dia 3 de outubro, na RBS TV.