Por Roberto Rachewsky, empresário
Outro dia, me perguntaram como eu me sentiria se fosse Ayn Rand ou Lula vivendo nos dias atuais. Respondi que, nos dois casos, estaria orgulhoso. Como Ayn Rand, por influenciar milhões de jovens com romances como A Nascente e A Revolta de Atlas, sendo que neste, escrito há quase 80 anos, está detalhado o que ninguém previu, a decadência da sociedade corrompida por ideologias irracionais, coletivistas e estatistas. Como Lula, por ter sido recolocado no poder depois de todos os malfeitos. Me sentiria o máximo, acima da lei, acima da Justiça, acima da razão. Um deus.
O objetivo de uma revolução seria derrubar a tirania; o objetivo de um golpe seria estabelecê-la
Ayn Rand era russa, sofreu os dissabores do golpe liderado por Lenin, em outubro de 1917, contra o governo provisório de Kerenski, o social-democrata que convenceu o czar Nicolau II a renunciar ao trono, instaurando um governo revolucionário, republicano, parlamentar e liberal.
Kerenski era uma espécie de Tancredo Neves, o social-democrata que liderou a democratização no Brasil. Lenin era uma espécie de Lula, que liderou os escândalos do Mensalão e do Petrolão, mas está aí governando, enquanto você pula e canta “Tanto riso, ó quanta alegria! Mais de mil palhaços no salão”.
Kerenski liderou uma revolução, Lenin liderou um golpe. Ayn Rand definia revolução como sendo o ápice de um movimento filosófico popular que promoveria transformações políticas para libertar os indivíduos do arbítrio. Golpe seria a tomada do poder por uma minoria autoritária. O objetivo de uma revolução seria derrubar a tirania; o objetivo de um golpe seria estabelecê-la.
As revoluções mais importantes foram a Gloriosa, de 1688; a Americana, de 1776; a Francesa de 1789; a Russa, de fevereiro de 1917; e a Chinesa, de 1978. Os golpes mais relevantes foram liderados por Lenin, na Rússia, em outubro de 1917; por Hitler, na Alemanha, em 1933; e por Mao, na China, em 1949. Na América Latina, sobram golpes de Estado, revoluções libertadoras são escassas.
No Brasil, seguiremos tentando. Mas hoje é Carnaval! Vamos pular e cantar. Que tal: “Amanhã, vai ser outro dia. Hoje você é quem manda, falou, tá falado. Não tem discussão, não”?