Por Mauricio Harger, diretor-geral da CMPC Brasil
A inovação é o sopro que movimenta a nova economia. E um dos motores desse processo são os parques tecnológicos. A Região Sul, aliás, tem puxado a fila quando o assunto são os polos de fomento às startups. Ao todo, o país tem 58 parques instalados – 28 deles distribuídos entre Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul. Bem mais do que os 19 da Região Sudeste, segunda colocada. O melhor de analisar esses dados do governo federal é identificar o protagonismo do mercado gaúcho em um cenário intensamente aquecido.
Há poucos meses, vimos um exemplo disso durante o South Summit 2023, sediado em Porto Alegre. A feira de negócios do evento contava com uma grande quantidade de iniciativas de base tecnológica do Rio Grande do Sul. Todas as regiões, do Litoral à Campanha, estavam representadas com seus parques de inovação e incubadoras. Essa descentralização representa um trunfo para conectar nossas realidades regionais às tendências globais de mercado.
Um traço comum dos parques e incubadoras gaúchos é a vinculação com as universidades
Hoje, temos 16 parques tecnológicos e 28 incubadoras, segundo a Secretaria de Desenvolvimento Econômico e Turismo do Estado. E a projeção é de que essa estrutura irá crescer nos próximos anos. Em 2022, dos 48 projetos aprovados no edital de fomento à implantação e à operação de parques tecnológicos da Finep, 12 eram gaúchos. Foram mais de R$ 110 milhões em recursos financeiros não reembolsáveis destinados pela agência pública a iniciativas presentes em 10 municípios do RS.
Um traço comum dos parques e incubadoras gaúchos é a vinculação com as universidades. Aqui, o destaque é a importância do trabalho de pesquisa no desenvolvimento das novas soluções. Ou seja, podemos esperar inovações de alto valor vindas desses celeiros. Muitas delas são ligadas a temas de sustentabilidade, como reciclagem, balanço de carbono e reaproveitamento hídrico. Isso consolida os parques de inovação como melhor resultado possível das políticas de hélice quíntupla – sinergia que une poder público, universidade, mercado, sociedade e meio ambiente.
A somatória desses cinco elementos representa a fórmula ideal para alicerçar a evolução da sociedade nas próximas décadas. E é fantástico ver que o Rio Grande do Sul dá mostras de estar rumando para o futuro pelo melhor caminho: o da inovação.