Por Daniel Randon, CEO das Empresas Randon e Presidente do Conselho do Transforma RS
Vivenciamos, na primeira feira brasileira do nióbio realizada neste mês em Campinas, no Centro Nacional de Pesquisa em Energia e Materiais (CNPEM), o potencial deste brilhante metal utilizado em maior escala na produção de aços especiais e superligas e que tem a função de “refinar”. Com apenas 400 gramas por tonelada é possível gerar aços mais leves e resistentes.
Empresas, em conjunto com a academia, mostraram seus produtos, caso da bateria para veículo elétrico que, com o uso do nióbio, pode ser carregada em 10 minutos e com durabilidade bem maior do que as atuais.
Se com o micronióbio já existem projetos disruptivos, o efeito é exponencial com a obtenção de partículas nanométricas em alta escala, a tecnologia apresentada pela Nione na feira. Há estudos avançados de aplicabilidade desta partícula no recobrimento de superfícies, ligas metálicas, resinas, entre outros. A solução aumenta a durabilidade e a resistência de outros materiais com impactos positivos em sustentabilidade. Empolgado com as infinitas possibilidades, relembro o slogan da Neston: “Existem mil maneiras de prepará-lo, invente a sua!”
As reservas nacionais de nióbio são fundamentais para o Brasil avançar em competitividade a partir da nanotecnologia
Importante destacar o potencial de transformação radical da nanotecnologia e as múltiplas aplicações em sistemas produtivos como em nanomedicina, nanocosméticos, nanoeletrônica e novos materiais para computação; vestuário e dispositivos flexíveis e vestíveis; sensoriamento para Internet das Coisas; energia como tecnologia auxiliar; e alimentos como tecnologia habilitadora para garantir segurança alimentar e nanofood (comidas). Em termos de impacto econômico, estima-se que a nanotecnologia represente até 2025 um mercado de R$ 174 bilhões, segundo Projeto Indústria 2027 da CNI.
O Brasil está ainda distante do topo da competitividade mundial ocupando a 57ª colocação entre os 64 países reportados pelo Anuário de Competitividade Mundial do IMD World Competitiveness Center 2020. Mas pode aproveitar janelas abertas de oportunidade. Contamos com 1/3 das reservas de grafite (ou grafita) e mais de 90% do nióbio que, casado com o grafeno e outras nanopartículas de outros minerais disponíveis, poderá revolucionar o destino da humanidade e colocar o Brasil em destaque. Temos, sim, motivos para come morar o Dia Nacional da Inovação, amanhã, 19 de outubro.