É notório, nos últimos anos, o esforço conjunto do poder público, universidades, empresas e outras organizações da sociedade civil para tornar o Rio Grande do Sul um polo reconhecido de inovação. Este empenho não se limita a Porto Alegre. Pelo contrário. É descentralizado. Pode ser observado em várias cidades gaúchas, em todas as regiões do Estado. Parte da percepção de que o desenvolvimento de novos produtos, processos, soluções e tecnologias se impõe para quem pretende ser protagonista na economia do futuro, baseada no conhecimento. É algo basilar, inclusive, para fortalecer setores tradicionais, da indústria ao agronegócio.
A South Summit tem como característica o foco em contatos e negócios, com a presença de grandes fundos financiadores, uma das bases para que boas ideias possam progredir
O reconhecimento à formação deste ecossistema levou a comitiva do Estado que está na Europa a conseguir ontem a confirmação da Capital como sede no próximo ano da South Summit, uma das principais feiras mundiais de inovação. Trata-se de uma grande conquista e de uma importante oportunidade. Afinal, graças à farta existência de talentos e ao espírito empreendedor de seu povo, o Rio Grande do Sul é reconhecidamente um polo nacional de startups. E a South Summit tem como principal característica o foco em contatos e negócios, com a presença de grandes fundos financiadores, uma das bases para que boas ideias possam progredir e se tornar negócios promissores e de porte.
Iniciativas como o Pacto Alegre, que une poder público, academia, iniciativa privada e outros agentes da sociedade, fazem parte deste ambiente de incentivo à inovação e de busca por um desenvolvimento que traga qualidade de vida para a cidade. O programa Avançar na Inovação, lançado na semana passada pelo governo gaúcho, com R$ 112,3 milhões para fomentar a ciência e a tecnologia, é outra ação que vai ao encontro do objetivo de fazer a produção de conhecimento ser um dos novos motores da economia gaúcha. Espera-se que a South Summit, ainda com a possibilidade de ser realizada em 2023 e 2024 na Capital, seja um novo impulso nesta direção, além de recolocar a cidade no mapa dos grandes encontros, congressos e conferências de nível internacional.
A vinda de uma importante feira mundial serve de alento para o setor de eventos, um dos mais atingidos pelas medidas tomadas para conter a disseminação da covid-19. A chegada de milhares de visitantes ainda anima outras áreas dos serviços, como hotelaria, restaurantes, transportes e turismo, também afetados pelas restrições sanitárias. Aos poucos, conforme a vacinação caminha e a pandemia recua, se torna menos nebuloso o horizonte para atividades que a Capital e outras cidades são vocacionadas, ao mesmo tempo em que se abre um cenário promissor para a economia do futuro.