Por Walter Lídio Nunes, vice-presidente da Associação Gaúcha das Empresas Florestais (Ageflor)
O Rio Grande do Sul, além das reformas estruturantes visando a uma máquina pública menor e mais eficiente, precisa melhorar a competitividade para gerar empreendimentos e empregos. O último relatório do Ranking Geral de Competitividade dos Estados situa-nos em 7º lugar (atrás, inclusive, dos outros estados da Região Sul). O desequilíbrio nas contas reduziu nossa capacidade de investimento público e colocou-nos na pior performance do Brasil. O custo operacional das empresas gaúchas, em comparação com as de estados industrializados, é o maior. A qualidade da energia elétrica está na 20ª posição e, no custo do combustível (etanol, gasolina e óleo diesel), somos o terceiro pior. A indústria tem a maior carga tributária entre os nossos principais rivais na atração de empresas (estados do Sul e do Sudeste). Somos, na Região Sul, o estado que concede menos incentivos fiscais e perdemos na Guerra Fiscal pela incapacidade financeira de competir com os demais. Na infraestrutura de logística, estamos na 16ª posição. Há um gargalo de competitividade devido à nossa distância geográfica dos principais polos consumidores: temos apenas 7,2% das rodovias duplicadas, enquanto SC tem o dobro. A assimetria em relação à economia nacional poderia ser atenuada com o estímulo ao uso de hidrovias e cabotagem marítima.
Cenários futuros mostram que os mercados que mais crescerão no Brasil estão ainda mais distantes do RS, pois os mercados do Norte, Nordeste e Centro-Oeste devem crescer mais do que os do Sul e do Sudeste. O RS ainda tem um Piso Regional que concede reajustes descolados da realidade econômica do Estado e do Brasil. Existem estados com mais atratividade que o RS e, por isso, tivemos o segundo menor crescimento do PIB (entre 2003-2017) e o terceiro menor crescimento dos empregos formais.
Aumentar a competitividade é fundamental para o nosso desenvolvimento econômico e social. Existe a disposição dos poderes Executivo e Legislativo de implantar uma agenda de Estado de competitividade sistêmica visando a aumentar a nossa capacidade de atrair empreendimentos e gerar empregos. Precisamos estimular empreendimentos sustentáveis em várias áreas, tais como infraestruturas com parcerias e concessões, energias renováveis, mineração, inovações tecnológicas, adensamento das cadeias econômicas existentes, entre outras tantas ações.