É uma triste coincidência que exatos cinco anos após o atentado que matou 12 pessoas e tentou silenciar o jornal satírico francês Charlie Hebdo, desencadeando uma onda de repúdio pelo mundo, a mancha da intimidação e da censura volte a rondar a liberdade de criação e de expressão no Brasil. Ao determinar a retirada do ar e proibir a divulgação de qualquer peça publicitária da sátira bíblica de Natal da produtora Porta dos Fundos, o desembargador Benedicto Abicair, da 6º Câmara Cível do Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro, argumentou que o fazia para “acalmar os ânimos” da sociedade brasileira, majoritariamente cristã.
Opinião da RBS
A mancha da censura
Há uma abissal diferença entre os recursos aceitáveis para o público ignorar ou demonstrar rejeição a uma obra e o uso da violência e da censura oficial para impedir que outros a apreciem