Por Marcio Carvalho, arquiteto, empresário e presidente da Associação de Amigos do Museu de Arte Contemporânea (AAMAC)
O projeto da nova sede do Museu de Arte Contemporânea do RS no 4º Distrito avança, apesar de tudo.
Apesar dos cortes no orçamento público, das dificuldades do Estado em meio à déficits e polaridades políticas e ideológicas.
Seguimos apesar da complexidade dos mecanismos públicos, da dificuldade de buscar patrocínio, das pastas Cultura e Turismo estarem agora juntas na esfera Federal.
Apesar de tudo, precisamos comemorar.
A cultura nos define como sociedade, compreende nosso conjunto de usos e costumes, crenças. Pensar a cultura é pensar a redefinição destes valores à luz do nosso tempo.
Precisamos comemorar os gestores públicos que abraçam o desafio de cuidar e curar nossa cultura apesar da carência de recursos humanos e financeiros nas instituições.
Apoiar uma instituição cultural é aceitar um desafio, estar disposto a recrutar, articular e pedir recursos.
Neste contexto as Associações de Amigos (AAs) têm papel fundamental: representar o interesse da população em apoiar e financiar as instituições em complementaridade ao Estado, para benefício direto do grupo que representa.
A frente do MAC RS, há André Venzon, um batalhador cultural que pensa a instituição como um museu escola, um espaço de impacto cultural e social com a missão de credenciar o RS e seus artistas no mapa da arte contemporânea.
Em prazo recorde, viabilizou a doação de um terreno para a sede do MAC RS, sonho que agora caminha para a realidade. A AAMAC reuniu voluntários para desenvolver o projeto que será protocolado na lei federal de Incentivo à Cultura. Como esta, outras ações estão sendo finalizadas.
Apesar de tudo há quem se importe. Neste momento mais de 300 pessoas apoiam voluntariamente a AAMAC e ajudam na primeira ação de captação de recursos em busca desse sonho: dia 19 de novembro realizaremos um leilão de arte contemporânea, com apoio da Secretaria da Cultura e do Governo do Estado, que cedeu a ala residencial do Palácio Piratini para tal. As obras foram doadas por artistas que, como o leiloeiro, doarão o valor arrecadado para a construção da sede.
Apesar de tudo, há sim, o que comemorar: teremos um Museu.