Por Ricardo Breier, advogado e presidente da OAB/RS
O Rio Grande do Sul não consegue se viabilizar, muito em virtude de tantas divisões. Vivenciamos décadas de confrontos, cisões, imposições e sabotagens ao diálogo convergente.
Neste contexto bélico e de indisposições, o Estado e suas lideranças não conseguem avançar em pautas indispensáveis para o bem-estar da sociedade. Tal afirmativa comprova-se pela realidade de insucessos. Vejamos: o RS vem perdendo qualidade de vida e protagonismo. Regredimos na educação, intimidamos investidores e afastamos empreendedores.
É inquietante que, diante de tal realidade, muitas lideranças e representantes de setores vitais dos Poderes não se desarmem em busca de soluções maiores, para eles próprios, mas principalmente para a sociedade.
Usar do exercício do bom diálogo como ferramenta é indispensável para viabilizar as aguardadas e urgentes soluções públicas. Até quando seguiremos pela via caótica do duelo de interesses únicos, distantes dos da coletividade? Os cidadãos gaúchos estão em pelegos de analistas de Bagé, é isso?
A escassez de recursos é real em grande parte pelos erros de gestões administrativas do passado. O que aguardamos na desejada nova postura política circula inexoravelmente pela busca de diálogos convergentes. Em uma democracia, impor o que precisa ser feito não viabiliza os processos. Os interesses corporativos, individuais e político-partidários precisam abrir espaço para um olhar destinado a todos nós – indistintamente.
A OAB/RS tem como uma de suas bandeiras a defesa dos direitos e do bem comum do cidadão. Uma de nossas posturas sempre foi, e é, a busca incansável pelo diálogo. O RS precisa mais do que nunca de uma linha construtiva de diálogo, que invista na aproximação das suas instituições e, principalmente, na consonância das mentes de seus líderes.
Historicamente, aqueles que em seus ciclos de poder patrocinam cizânia e apoiam distantes relações institucionais são os mesmos que ao final de seus ciclos creditam seus fracassos em ações importantes aos outros. O resultado de um diálogo nunca será a consolidação de antagonismos, mas sim a criação de um caminho harmônico, necessário a todo e qualquer estado e sociedade. Então, vamos dialogar?