Por Francisco Turra, presidente da Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA) e ex-ministro da Agricultura
A Expointer é palco de um Rio Grande do Sul que dá certo. Mais do que isso: é a inspiração perfeita do quanto ainda podemos evoluir em todas as áreas, inclusive no agronegócio. Naqueles corredores está a marca de um povo desbravador. Ser gaúcho não designa apenas nossa povoação territorial, mas um jeito de empreender. Designa valores de superação cotidiana, dedicação ao trabalho e capacidade de inovação. Designa destemor e espírito de solidariedade.
Rio-grandenses semearam desenvolvimento no país inteiro. Esse traço cultural está cravado em muitas regiões, do Oiapoque ao Chuí. Como ministro da Agricultura e atualmente como executivo na iniciativa privada, onde quer que eu ande, encontro esse mesmo perfil reproduzido por tantos que saíram Brasil afora para produzir e gerar alimentos. Lutaram; foi difícil, penoso, mas venceram. São verdadeiramente gaúchos!
Temos o principal, que é essa genuína vocação para o agro. Entretanto, ainda nos falta muito em termos de arrojo comercial, desburocratização de processos públicos e, principalmente, agregação de valor. Países da Europa, por exemplo, que produzem em menor área territorial, têm rendimentos mais expressivos em termos de resultado acumulado. Aqui seguimos como grandes produtores de commodities, mas com pouco incremento de preço. Esse é o grande nó a ser desatado para um futuro que deve começar ontem. O resultado dessa meta, que precisa ser permanente, é multiplicação de riqueza, crescimento, mais oportunidades e desenvolvimento.
Temos de chegar às gôndolas mais exigentes do mundo – e não nos falta tecnologia, inovação e competência para isso. Possuímos uma gama imensa de produtos e possibilidades, capazes de atender às expectativas e demandas de todos os continentes. O poder público, tanto do Estado quanto da União, está sensibilizado e é parceiro dessa caminhada. O acordo com a União Europeia é um passo consistente. Mas convém evoluir ainda mais em nossa cultura de produção e de prospecção comercial, introduzindo práticas que estejam além de nossas zonas de conforto. Não podemos aceitar nada menos do que isso. Que a Expointer, nossa grande vitrine, nos inspire a ir além!