Por Eduardo Gabardo, jornalista
A imagem de Renato Portaluppi comemorando os gols na final do Mundial de 1983, contra o Hamburgo, está permanentemente na memória dos gremistas. Assim como a cena de Fernandão levantando o troféu de campeão do mundo em 2006, após a final contra o Barcelona, jamais é esquecida pelos colorados. As estátuas dos ídolos tornaram os nossos dois grandes estádios ainda mais especiais. Para o torcedor do Grêmio que chega na Arena, ver o registro do seu ídolo eternizado em bronze, certamente, é algo marcante. Assim como é para o colorado, que antes de entrar no Beira-Rio, pode admirar o cenário inesquecível de uma conquista histórica.
Em Istambul, tive oportunidade de ver de perto a devoção dos fanáticos torcedores do Fenerbahce, da Turquia, cada vez que se aproximam da obra em bronze e fibra de vidro, inaugurada em 2012, com a imagem do brasileiro Alex. O local virou ponto turístico no lado asiático da cidade, que é dividida pelo estreito de Bósforo. Alex, mesmo sendo de outro país, é reverenciado permanentemente pela torcida local.
Assim como Renato e Fernandão. Nem todas as torcidas têm a possibilidade de aproveitar isso. Dois campeões do mundo eternizados. E diria mais. Os exemplos de Manchester e Londres também poderiam servir para Porto Alegre. Em Old Trafford, estádio do Manchester United, várias estátuas estão espalhadas pelo entorno. Nomes históricos como George Best, Dennis Law, Bobby Charlton e Alex Ferguson estão imortalizados nas áreas de acesso dos torcedores.
Já em Londres, o Arsenal trocou em 2006 a sua antiga casa, o tradicional Highbury pelo moderno Emirates Stadium. Para não perder a atmosfera, o clube instalou quatro estátuas do lado externo. Lá estão os ídolos Thierry Henry, Dennis Bergkamp, Tony Adams e Hebert Chapman. Isso faz bem para o torcedor, eleva a autoestima e ajuda a trazer grandes recordações.
No Maracanã, a estátua do Bellini (capitão da Seleção Brasileira no título mundial de 1958) virou o grande ponto de referência do principal estádio brasileiro. É uma cena absolutamente comum ver os cariocas marcando encontro no local antes da entrada para ver os jogos.
Por tudo isso, gostaria de ver ainda mais estátuas no Rio Grande do Sul, nos estádios, ginásios e locais de prática esportiva. Sem exageros, é claro, para não correr o risco de banalizar as homenagens. Mas o fato é que temos ídolos suficientes para tributos no esporte gaúcho.