Por Diego Burger Araujo Santos, Estudante de Psicologia na Universidade Budista de Naropa em Boulder, no Colorado
Todos nós queremos ter sucesso na vida, mas será que sabemos o que é esse sucesso e o que estamos buscando? Quando traçamos metas, o mais importante é saber o que estamos almejando e onde queremos chegar. Nesse sentido, caso essa definição individual de sucesso não seja bem feita, temos a tendência de usar os conceitos que nos são impostos pela sociedade e pela mídia. Isso é percebido, por exemplo, quando vinculamos sucesso a dinheiro e vivemos em um sistema que é construído para nunca estarmos satisfeitos com o que alcançamos, independentemente da quantia conquistada. Se não definirmos bem nossos valores e o que queremos alcançar, não chegaremos lá pois a nossa ambição sempre aumentará. Corremos sem olhar para os lados como burros que buscam alcançar a cenoura sem perceber que quanto mais corremos mais ela se afasta.
Mas qual a solução para tudo isso? Entender o sucesso como algo individual e holístico. Refletir sobre o que faz sentido para si. Quanto tempo para família e amigos? Quanto tempo trabalhar? Trabalhar com o que ama ou se manter na zona de conforto? Não existe certo ou errado para essas perguntas, mas uma coisa é certa: se não pensarmos a respeito disso, a chance de nos arrependermos no futuro é enorme. Arrependimento é muito pior do que fracasso. Derrotas acontecem, mas deixarmos de viver por medo ou por falta de reflexão é uma lástima. Além de tomarmos essas decisões, devemos exercer a autoconsciência para perceber se estamos agindo como planejado. Portanto, esse é um trabalho para a vida toda, e quanto antes começarmos mais sucesso teremos.
Depois de definirmos o que é sucesso para nós, isto é, definirmos como se caracteriza uma vida de qualidade no nosso contexto e com os nossos princípios e valores, é hora de ir à luta. Angela Duckworth, professora da Universidade da Pensilvânia (EUA), psicóloga e escritora americana, afirma que o que está mais relacionado com sucesso em qualquer área é Garra; paixão por metas a longo prazo. O quanto queremos, nossa resiliência e tudo o que estamos dispostos a abdicar para atingir o objetivo final é que definirá nosso sucesso. Além disso, Carol Dweck, conhecida professora de psicologia da Universidade de Stanford (EUA), revolucionou a psicologia anos atrás quando provou a neuroplasticidade. Dweck mostrou, com essa teoria, que somos capazes de mudar nosso cérebro, a maneira como pensamos e agimos, independentemente da nossa idade. É tudo uma questão de fortalecer novos caminhos neurais. Quanto mais tempo pensando ou agindo de um jeito, mais difícil mudar, mas sempre é possível com perseverança.
Muitas vezes temos pressa para atingirmos nossas metas e esquecemos de aproveitar a jornada. Na verdade, a jornada é a única coisa que existe, pois quando alcançamos uma meta logo criamos outras e, dessa forma, aproveitar o processo é o melhor caminho. Além disso, quando estamos felizes e fazendo o que amamos nosso desempenho aumenta. Por isso, devemos incluir em nossas metas tempo para relaxar (ócio criativo), tempo para exercícios (cuidar da saúde), tempo para aproveitar a presença de quem amamos, etc. Outro hábito muito importante é conviver com pessoas que nos coloquem para cima, que nos incentivam a seguir nossos corações e que também estejam dedicadas a viver uma vida de acordo com seus princípios.
Esses cuidados tendem a aumentar nossa saúde e diminuir nossa ansiedade, que é o mal do século. A ansiedade também pode ser diminuída com meditação e descanso de qualidade. Além disso, o desenvolvimento pessoal que leva à conquista do sucesso interno tende a aumentar nossa aceitação e felicidade. Isto é, sermos capazes de ficarmos felizes por termos feito nosso melhor em todos os sentidos. Buscar sempre melhorar, mas lembrar de perdoar e agradecer. Isso é sabedoria e traz de brinde felicidade autêntica e sucesso verdadeiro.