Por Daniel Wobeto, secretário da Secretaria de Tecnologia da Informação do Tribunal Regional do RS
O STF declarou inconstitucional a impressão do voto no Brasil. O veto ao gasto inútil de mais de R$2 bilhões não prejudica a segurança do próximo pleito, pois a urna eletrônica é segura, embora repetidas tentativas de criar sentimento em contrário com base na desinformação.
Mesmo sem histórico de fraudes nas eleições, denúncias falsas ocupam redes sociais, manipulando a opinião pública ao semear medo de que nossa urna se presta à manipulação de eleições.
Apesar do que repete uma minoria, a urna eletrônica é um dos tantos bons produtos deste país. Reação às dúvidas e fraudes dos tempos do voto em papel, é farta em itens de defesa que se somam para impedir violações. Além de desconectada da internet, prioriza a segurança, o que a torna ímpar e imune a ataques sofridos por computadores comuns.
Nela são aceitos programas assinados digitalmente pelo TSE e partidos, rejeitando falsificações. Após a preparação para eleição, pode-se aferir se os sistemas correspondem àqueles franqueados para análise a instituições independentes como OAB, MP e PF, além dos partidos e representantes dos três poderes. Aliando transparência a recursos tecnológicos avançados que impedem a ação de hackers, temos garantido o correto destino dos votos.
A votação paralela, auditoria de votação pública em urnas preparadas para a eleição e escolhidas por sorteio, sempre mostra que não procedem boatos de desvio de votos.
O resultado da votação é impresso ao seu final, para que o eleitor possa compará-lo com aquele publicado na Internet, contando com apoio de aplicativo para celular do TSE. Impossível desviar votos.
É o conjunto dos controles do processo, os quais não devem ser avaliados isoladamente, que inviabiliza fraudes. É irresponsável, verdadeira fake news, a exploração exagerada de eventual limitação, ignorando o contexto de proteções.
Por certo essa discussão reforça a atenção da Justiça Eleitoral. O esforço em segurança deve sempre avançar, mas pautado por informação fidedigna, argumentos sérios e aperfeiçoamento dos mecanismos adequados, integrando a cidadania, entidades e comunidade científica.