A competição sem limites dos dias atuais requer um Estado com musculatura suficiente para induzir crescimento econômico, só viável com a coordenação de esforços entre empresas privadas, estatais e institutos de pesquisa e ensino. Assim é em países do porte do Rio Grande do Sul, como Coreia do Sul, Noruega e outros. Em consequência, cresce o PIB e, com ele, a receita pública também, isso sem aumentar impostos, viabilizando novos investimentos e gastos sociais.
Em sentido inverso, com um Estado mínimo, pele e osso, sem forças para agir, a economia gaúcha deixará de ter esse ator fundamental, enfraquecendo nossas empresas frente aos desafios contemporâneos, solapando, assim, o futuro de nosso povo. Estado obeso é o que torra recursos com despesas financeiras, mas corta em investimentos e fins sociais, contribuindo para a piora da vida das pessoas.
Estados obesos e raquíticos são faces da mesma moeda da falta de perspectiva estratégica e de respeito à sociedade que lhes dá razão de existirem
Na retórica, Sartori posa contra o "Estado pesado", mas, na prática, o abarrota de gorduras, aumentando os pagamentos da dívida, que são gastos estéreis e que morrem no fundo do sistema financeiro, usando o governo federal como entreposto. Sim, o acordo da dívida que tenta fazer com a União elevará as despesas da casa dos R$ 300 milhões para a dos R$ 500 milhões, piorando sensivelmente a situação do estado e dificultando ainda mais a sua recuperação.
Pior, Sartori pretende decepar musculatura, vendendo as estatais, que não só são instrumentos para impulsionar as empresas privadas gaúchas e o crescimento econômico, como também são fonte de receita do governo- posto que suas despesas não saem do orçamento público, mas de suas atividades próprias, como o gás, enquanto seus lucros engordam a receita do principal acionista, o povo gaúcho.
Estados obesos e raquíticos são faces da mesma moeda da falta de perspectiva estratégica e de respeito à sociedade que lhes dá razão de existirem; tais conceitos, aliás, já eram relativos pelos idos do século 18.
Portanto, ao contrário das políticas que vêm sendo aplicadas e do que tem defendido o governo de José Ivo Sartori, o que o Rio Grande do Sul precisa é de menos demagogia e atraso, por parte do governo, e mais união por desenvolvimento e futuro.