Vinod Khosla é uma das cabeças mais iluminadas do Vale do Silício. Indiano-americano, ele se define como um empreendedor fanático. Bilionário, investe em empresas muito inovadoras e faz previsões que deixam muita gente sem dormir. A partir da inteligência artificial, uma combinação de recursos humanos e computacionais, ele previu, ainda em 2012, que 80% dos médicos se tornarão obsoletos nos próximos 10 anos, já que o Dr. Algoritmo cada vez presta mais assistência biônica, como segundas opiniões médicas, testes de nossos sinais vitais, primeiros diagnósticos para assuntos mais simples, por meio de celulares. Nos EUA, mais de 15% da população está usando seus telefones para obter ajuda médica, com a ajuda de mais de 200 milhões de aplicativos móveis ligados à saúde e à boa forma, não ficando somente nas mãos de médicos e das poucas informações que têm a respeito de nós, já que muitos testes básicos que os médicos fazem são visuais, auditivos ou táteis.
Segundo Khosla, em pouco tempo, todos os nossos dados de saúde e dados doentes estarão acessíveis no Dr. Algoritmo. Até mesmo poderemos saber quando estamos estressados, se estamos tendo uma reação alérgica, se nosso batimento cardíaco esteve normal nas últimas noites de sono, que exposição estamos tendo a produtos químicos nocivos à saúde, se o carpete do ambiente está nos fazendo mal etc. Muitos dados de saúde de nosso dia a dia serão analisados por dispositivos não médicos e cruzarão isso com dados genéticos e com nosso histórico de doenças e farão uma comparação com padrões mundiais. Para Khosla, nos próximos anos, não precisaremos de médicos “medianos” para termos atendimento de nossas necessidades médicas. Isso vai ajudar, também, países pobres, superpopulosos e desiguais a gastarem menos em cuidados massivos com saúde. O Dr. Algoritmo vai otimizar custos para o paciente, para governos e vai ajudar as pessoas a recusarem recomendações de tratamentos caros e ineficazes, além de não precisarmos ir pessoalmente tantas vezes a consultórios, farmácias e hospitais. Mais recentemente, ele escreveu outro artigo falando que algo parecido está por acontecer na educação: o software vai liberar os professores para serem mentores e treinadores e terem mais relacionamentos humanos, serem amigos e conselheiros-orientadores dos seus alunos, em vez de palestrantes, como são hoje. Mas isso é tema para o próximo artigo.