Confúcio foi preciso ao afirmar que uma imagem vale mais do que mil palavras. É expressiva e repleta de significados a foto, estampada nos principais jornais do país, do viaduto que desabou no coração de Brasília. Ficamos espantados com o que vimos. E mais ainda ao imaginar as repercussões muito mais graves que o acidente poderia ter gerado caso atingisse pessoas - e não somente prejudicasse o patrimônio de particulares e o trânsito da capital federal.
Acompanhe, de forma criteriosa, como está a gestão da sua cidade, pois é ali que podemos contribuir de forma mais eficiente para as grandes e necessárias transformações
ALCINDO ROQUE
Advogado
Mas, afinal, qual foi efetivamente o viaduto que desmoronou? Não foi apenas a estrutura em si, mas as pontes que nos conduzem a uma vida com mais confiança na gestão pública e na política. Esse é o resultado da crescente distância entre os governantes e as necessidades da sociedade. É também o reflexo de um modo arcaico de administração, marcado por uma pirotecnia inconsequente e pela ambição de ganhar novas eleições e, assim, seguir partilhando o poder entre poucos.
Para neutralizar essa corrosão, que compromete o nosso futuro, é preciso haver um controle social da gestão pública, com uma análise rigorosa das contas e das ações dos gestores. Devemos nos revoltar, com veemência, contra a corrupção. Porém, além disso, ficar atentos aos desperdícios e à ineficiência da administração pública.
Não deixe de acessar o site do Tribunal de Contas do seu Estado. . Confira também o relatório de gestão fiscal, o percentual de gastos com pessoal, se há restos a pagar, qual a dívida líquida consolidada, o orçamento do exercício anterior. E muito importante: quanto se arrecadou e se gastou.
Não se impressione com as caras campanhas publicitárias, custeadas com os nossos impostos. Contudo, fique atento para que, na sua cidade, não desabem pontes - e, assim, impeçam a travessia para um futuro melhor. Do contrário, não questione "por quem os sinos dobram", nem pergunte como o viaduto ruiu.