A proximidade do Natal e do Ano Novo sempre nos remete a algumas reflexões e vou fugir aqui um pouco da aridez da economia e lembrar de valores que por vezes nos esquecemos.
Se me questionassem a respeito da origem da matéria econômica, arriscaria a dizer que tudo começou com a organização das espécies em famílias. Milhões de anos antes do homem existir, o Tiranossauro rex já possuía os claros conceitos em que uma família se baseia, quais sejam, alimentar, proteger e ensinar sua prole e também a tarefa de fazer com que essa se tornasse um dia independente, garantia única para sua sobrevivência. Falhas poderiam ser fatais. Durante os milhões de anos em que viveu, o conceito familiar garantiu a preservação daquela espécie e de outras que se desenvolveram ao longo da história da Terra.
O ser humano não inventou o conceito de família, apenas o copiou e sua organização em sociedade tornou mais complexa a relação doméstica. Se no começo apenas caçava e colhia, sua evolução e a capacidade de produzir excedentes e acumular o diferenciaram das demais espécies e a economia, com todas suas vertentes, partiu daí.
Abstraindo uma maior complexidade mental, as obrigações básicas dos homens com seus filhos não diferem muito daquelas que o Tiranossauro rex tinha com sua prole, de alcançar o básico para sua subsistência e preservação.
A evolução humana aumentou as obrigações familiares. Mais do que a sobrevivência, a passagem de valores morais adequados e a estrutura psicológica construída na infância são fundamentais. É no ambiente familiar que se moldam as pessoas, pois o externo apenas as complementa. É no seio das famílias que se gera o ambiente para a criação de pessoas bacanas e felizes, ou de fracassados e infelizes. Lares ruins e conflitados deixam cicatrizes em crianças e comprometem seu futuro, pois o lado emocional pesa. Crianças são seres frágeis, dependentes e sensíveis.
Em momentos de reflexão, devemos olhar nos nossos próprios olhos e questionar se em nossas famílias estamos criando futuros adultos felizes. O nascimento de crianças não visa a satisfação dos pais ou brinquedos para os avós se divertirem e enfeitarem e, sim, uma obrigação de dotar aquele novo ser de base de valores e emoções que lhe garanta uma vida legal, pois aí somos diferentes do Tiranossauro rex e nosso potencial de estrago tende a ser maior e mais definitivo do que o daquele dinossauro.