Gostei do tema da redação do Enem e já vou fazer a minha.
Fui relatora, na Câmara dos Deputados, do projeto de lei que instituiu Libras como Língua Brasileira de Sinais. Durante a tramitação do projeto de lei, tive muitos contatos com grupos de surdos, organizados ou não.
Por outro lado, tive a ventura, nos idos 1985, ter tido Zaida como aluna do Curso de Pós-Graduação em Alfabetização Pós-Construtivista, a qual era professora de surdos e que já, naquela época, utilizou essa proposta com alunos surdos, obtendo pleno sucesso.
O desafio central hoje para toda a educação escolar é a abertura para uma nova compreensão
Aprendi, portanto, que surdos não são menos inteligentes do que os não surdos e que eles fazem, inclusive, as mesmas hipóteses sobre a escrita que os ouvintes. Eles são apenas diferentes na sua forma de comunicação, porque usam outra língua. Porém, utilizando a Língua Brasileira de Sinais, até esta barreira é vencida.
Da mesma forma, na trilha para a alfabetização, pensam inicialmente que se escreve com desenhos e que se lê em imagens. Por conseguinte, eles também não podem ser violentados com a, e, i, o, u e pa, pe, pi, po, pu quando nem entram letras nas suas ideias sobre a escrita.
O desafio central hoje para toda a educação escolar é a abertura para uma nova compreensão de que aprendizagem segue uma lógica diferente da lógica dos conteúdos que se busca ensinar. Aprende-se através de situações provocadoras da formulação pelos alunos de hipóteses ascendentes rumo aos conhecimentos.
Muito particularmente com jogos, como situações provocadores para grupos de quatro alunos.
Jogar pedagogicamente é a mais excelente maneira de provocar aprendizagem, donde os jogos precisam estar nas salas de aula de forma muito mais oportuna, do que na internet. Jogos organizados como oferecemos nas salas de aula que aplicam a proposta pós-construtivista de alfabetização.
Nelas a alfabetização vem sendo feita em apenas cinco meses e para 100% de qualquer gênero de aluno-criança, adulto ou pessoas com necessidades especiais.
Os desafios para a formação educacional de surdos no Brasil têm sólidas bases para serem vencidos com total sucesso.