O impasse em relação ao pedido de adesão do Estado ao regime de recuperação fiscal serviu ao menos para demonstrar que o Rio Grande do Sul poderia estar hoje com suas finanças em melhor situação se tivesse optado pela transparência em suas contas no passado. A sistemática manipulação de gastos com pessoal, que até agora vinha favorecendo todos os poderes, acabou dando o troco justamente numa fase crucial para o Estado. Neste momento, as atenções estão concentradas tanto em Brasília, com o objetivo de tentar reverter as restrições ao pré-acordo, quanto na Assembleia, que precisa examinar uma série de projetos num curto período de tempo. Preocupa, portanto, que os planos de rigor fiscal estejam ameaçados justamente pela pressão de poderes cujos servidores, diferentemente do Executivo, estão com seus salários em dia.
Opinião da RBS
Reenquadrar o Estado
Quando governos e parlamentares se resumem a gerir interesses corporativos, estão negando a própria função do Estado