Todos os anos, no mês de janeiro, começa aquela ansiedade para os alunos que superaram a barreira do vestibular e estão se preparando para o tão sonhado ingresso no Ensino Superior: será que neste ano vai ter Fies? Fies é um financiamento público, em que o governo utiliza o dinheiro dos impostos pagos pelos cidadãos para pagar as universidades privadas e financiar a mensalidade dos estudantes. Após a conclusão do curso, com juros subsidiados, o aluno devolve para o governo o valor recebido. É um belo programa, que existe há mais de 40 anos, e que a cada governo que entra recebe um novo nome. O ex-presidente Lula o batizou de Fies e assim vem sendo chamada nos últimos 15 anos.
Michel Temer será conhecido no futuro pela frase "acabei com o Fies"
A notícia ruim é que esta esperança de milhares de alunos que querem cursar o Ensino Superior não vai mais existir. Na última semana, a Câmara dos Deputados, ao aprovar a medida provisória proposta pelo governo federal que criou o Novo Fies, colocou um ponto final no programa, que atende cerca de 2 milhões de estudantes. Mas, se foi criado um novo Fies, por que o Fies acabou? Acabou porque deixou de ser um programa que busca o crescimento do país, através da qualificação de nossos jovens, para gerar renda ao governo. As 100 mil vagas do "Fies Público" que serão oferecidas não serão aceitas pelas universidades privadas, pois as condições de contratação impostas pelo governo são inaceitáveis. Quanto ao "Fies Privado", jamais sairá do papel, pois os juros cobrados dos alunos serão abusivos. É triste afirmar, mas o Fies acabou.
É impossível comparar o investimento em educação com qualquer outro que um governante queira fazer, mas apenas para reflexão: quando um governante resolve construir uma estrada, será que ele pensa "esta estrada vai dar lucro?". Lógico que não! Ele está pensando no desenvolvimento da região, nos empregos que serão criados etc. O Fies não foi feito para gerar lucro! Financiamento público dos nossos universitários é o melhor investimento que podemos fazer.
JK ficou conhecido pela frase "governar é abrir estradas". Michel Temer será conhecido no futuro pela frase "acabei com o Fies".