* Deputado estadual (PT)
O governador Sartori busca, desesperadamente, a adesão ao plano de Regime de Recuperação Fiscal, proposto pelo governo federal. Mais uma irresponsabilidade. O plano prevê a antecipação de receita federal mediante a privatização das empresas públicas do Rio Grande do Sul. Em troca, a União suspende a cobrança da dívida por três anos. Com o adiamento dos pagamentos, que serão acumulados e acrescidos de juros e encargos, a dívida vai aumentar em R$ 25 bilhões neste período. Passados os três anos dessa negociação, as prestações da dívida voltarão ainda maiores do que as atuais, sem o limitador de 13% da receita líquida como teto para o valor das parcelas.
Com a precarização dos serviços prestados pelo Estado, já estamos vivendo o caos na segurança pública, na saúde, no magistério, cujos servidores já têm os salários parcelados. Com esse plano de recuperação fiscal, Sartori empurra o RS para o abismo. Reajustes salariais serão congelados e, sem as empresas públicas, não teremos garantia de desenvolvimento regional. Além de tudo, em 2018 termina o prazo da lei que aumentou o ICMS, diminuindo a arrecadação. Vamos viver a miséria e a violência que hoje destroçam o Rio de Janeiro e o Espírito Santo.
Alternativas existem para poupar a sociedade gaúcha desse crime. Sartori deveria, por exemplo, negociar as compensações da Lei Kandir, que isentam de ICMS a exportação de produtos primários e semielaborados. O RS perde anualmente R$ 3,9 bilhões com esta lei e já acumula um crédito de R$ 45 bilhões com o governo federal.
O governador desdenha dos valores do nosso Estado. Sequer se manifesta a respeito da destruição da indústria naval e agora quer associar-se a Temer num pacto macabro, contra a nossa economia e contra o nosso futuro. O povo gaúcho precisa estar unido contra esse plano, que nada mais é do que um projeto eleitoreiro, prevendo a campanha de 2018. Trata-se de uma bomba-relógio que vai estourar na mão das próximas administrações.