* Presidente da Associação Comercial de Porto Alegre
Os empresários de Porto Alegre estão apreensivos com a imobilidade da gestão municipal. O prefeito Marchezan foi amplamente apoiado pelo empresariado, que apostou na sua política calcada nos fundamentos de uma gestão competente e de resultados. Entretanto, passados seis meses, o novo governo ainda não disse a que veio. Hotéis e restaurantes estão sendo fechados na Capital, a falta de segurança atinge níveis nunca imaginados, o comércio informal nas ruas é crescente, as questões de mobilidade urbana não têm avançado. Entendemos a grave crise econômica da Prefeitura Municipal, a qual, somada aos problemas políticos e econômicos em nível nacional, parecem travar a esperança de desenvolvimento.
A Associação Comercial de Porto Alegre, entretanto, acredita em uma união entre o poder público, empresariado e sociedade como um todo para a busca de soluções, desde que o poder público esteja aberto ao diálogo e à escuta. A paralisia é um retrocesso.
Qual a vocação de Porto Alegre para desenvolver negócios? Várias cidades do mundo reverteram as dificuldades econômicas apostando no turismo de negócios. Um Centro de Eventos de porte internacional para receber congressos de grande monta e abrigar feiras pode ser uma saída viável, economicamente rentável e uma indústria não poluente. Nos referimos a um empreendimento dotado de torres para escritórios, hotéis, grande estacionamento e potente infraestrutura de logística e alimentação.
Pois Porto Alegre tem a verba necessária, há três anos, para dar início ao projeto e entretanto nada foi feito. Agora, a Prefeitura está programando erigir um Centro de Eventos em lugar pouco apropriado, ao lado do Centro de Treinamento do Grêmio, em área de pequeno porte, entre o Guaíba e o dique da freeway. Por certo, não irá cumprir o objetivo de trazer crescimento, negócios e conhecimento, este um capital importantíssimo também deixado pelos grandes eventos. Nossa convicção é de que este modelo pretendido pela Prefeitura terá dificuldade em ter investimentos, além da limitação de expansão. Lastimamos que Porto Alegre continue pensando pequeno.