* Jurista, escritor e jornalista
Ainda não compreendo esse processo de nascer, viver e morrer. Onde o sentido, onde a lógica? Onde a lógica de ser bom e nada ou pouco ter de bom? Onde a lógica de ser mau e ter de tudo, dado de todas as formas, por amor, por temor, ou tomado de quem trabalhou para adquirir, denodadamente, pagou impostos, cumpriu as leis? Para quê? Onde o sentido de ensinarmos a nossos filhos que deve ser bom e direito se o que vemos é sempre e cada vez mais prosperar a perfídia, a malícia, a nulidade? O desinteresse, o desamor, a malquerença, a indisciplina e a injustiça?
Que processo é esse que parece premiar o vagabundo, o indisciplinado, o malandro, o mal-orientado, o chefe sem caráter, o político sem pudor, o chefe de nação sem escrúpulos, sem ética, sem compromisso com a sua própria história de vida? Com a própria história de vida de seu povo?
E a questão é só essa e única: Se é verdade que desse processo o que importa é viver – Uma vez que para nascer e morrer ninguém nos perguntou ou pergunta se queremos ou não – Por que vivemos tão mal? Em todos os sentidos?
Por que não temos casa ao nascer? Por que não temos comida condigna? Por que alguns a têm em excesso? Por que esses a põem no lixo? Por que não temos formação familiar? Pois é somente aí que ela ocorre ou poder ocorrer. Fora disso, apenas as exceções, raras, mas existentes. Por que não temos a instrução formadora do ente cívico, social, profissional?
Por que não temos trabalho condignamente remunerado? Por que não temos emprego, consoante regem as leis?
Por que pagando tantos tributos não temos direito ao que eles, retributivamente, deveriam devolver em bens comuns do povo? Por que sempre é quase nada o que recebemos?
Por que não temos a formação pelo exemplo das diversas figuras que compõe o ser humano? A mulher mãe, filha, esposa, amante, dona de casa, profissional, namorada, terna e guapa, como precisa ser toda mulher que constrói o mundo?
O homem pai, filho, namorado, marido, amante, dono de casa, profissional, também terno, e valente, como precisa ser todo homem que constrói o mundo com a mulher? Onde estão essas figuras que precisam integrar cada um dos seres humanos? É só desarmonia? No homem, no mundo?
E as tsunamis, ondas gigantes, tragando algo em torno de 120 mil mortos, até agora, em onze nações sul-asiáticas atingidas? (Depois, quase 300 mil).
E os ciclones, tufões, furacões devastadores? Agora também no Brasil, continente adentro?
Estará o homem na base de tudo isso ou é apenas um joguete-processo nas mãos do Senhor de Todos os Tempos?