* Deputada estadual (PC do B)
Sobre a realização do plebiscito para consultar a população sobre a privatização ou não das estatais, a bem da verdade, não há aparente divisão entre os deputados, pelo menos, eu a desconheço. O que há é uma ação do governo que busca acelerar os processos, ignorando trâmites da Assembleia. Não identificamos razões para descumprir esses prazos, pois há muito debate para ser feito a respeito do tema no parlamento. É preciso saber como acontecerá a campanha, quais serão as regras, quando será e qual o custo do plebiscito, por exemplo. Pontos que devem ser esclarecidos, por tratar-se de tema muito relevante para o Estado.
O foco que Sartori e a base aliada buscam dar ao trâmite do plebiscito é para tirar a atenção dos principais problemas do governo. Assim como o esforço feito para a aprovação das extinções das fundações estatais, no final do ano passado, o plebiscito é outro factoide. A única razão para pressa é inventar fórmulas mágicas para esconder sua falta de projetos.
Estamos na reta final do governo Sartori e, a cada período, novas soluções vendidas como únicas são apresentadas para a população, que assiste, atônita, ao espetáculo noticioso do governo. Notícias são apenas notícias, sempre serão. O plano de recuperação fiscal de Temer, por exemplo, abraçado de olhos fechados por Sartori, é um desastre para o Estado. Haverá proibição na concessão de isenções fiscais, que embora careça de mais transparência e critérios, é um instrumento importante na disputa de investimentos num país fortemente marcado pela guerra fiscal.
Sartori usa o plebiscito para tentar sair da crise política que vive na Assembleia e para esconder a incompetência para construir soluções para a crise do Estado.