* Governador do Estado
Todos pelo Rio Grande. Esse é o chamado que, desde o começo do nosso governo, estamos fazendo à sociedade gaúcha, inclusive aos demais poderes e órgãos de Estado. O caminho que percorremos para gerar e ampliar tal engajamento foi singelo: mostrar a verdade. E fizemos isso sem jogar pedras no passado ou fomentar um clima político belicoso. Apenas mostramos que, para recuperar as mínimas condições do serviço público gaúcho, era preciso adequar as despesas à receita. Segurança, saúde, educação e qualquer política consistente dependem desse equilíbrio.
Em tempos de crise, com cerca de 14 milhões de desempregados no país, se impunha aos entes de Estado um olhar para a realidade social antes mesmo de questões institucionais ou até corporativas. Era chegada a hora de compartilhar sacrifícios para reconstruir a estabilidade. O pagamento do serviço público, seja de qualquer poder ou órgão, vem da mesma fonte: os impostos cobrados das famílias. Essa visão de Estado, portanto, precisava ser mais uníssona, coerente e solidária.
Todos evoluímos nessa concepção. E, na última semana, depois de anos e até décadas de dissonâncias, conseguimos entregar uma proposta consensual para a Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) de 2018. Trata-se de um feito histórico. As divergências em outras pautas existem e permanecem, mas ficaram em segundo plano diante do compromisso de apresentar um orçamento realista, capaz de engajar a todos no enfrentamento da crise e numa visão comum de sustentabilidade do Estado. Não se trata de congelamento ou mero rigor contábil, mas de responsabilidade com uma proposta exequível, respeitadas as autonomias constitucionalmente previstas.
Foram diversas reuniões com as áreas técnicas dos poderes e órgãos. No final, os chefes de cada ente mostraram elevado espírito público e validaram o acordo. Faço questão de, nominalmente, testemunhar o protagonismo que todos tiveram: Poder Legislativo, Poder Judiciário, Ministério Público, Tribunal de Contas do Estado e Defensoria Pública. As instituições ficaram mais fortes e a sociedade gaúcha será a maior beneficiária dessa evolução.
O Rio Grande do Sul saiu na frente para vencer a crise. Agiu com transparência, austeridade e coragem na modernização do Estado. Agora, por meio do diálogo e do consenso, avança mais um passo na construção de um novo futuro. Ainda há muito por fazer e continuamos precisando da ajuda de todos, mas a casa está cada vez mais arrumada.