O longo depoimento na condição de réu do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva ao juiz Sergio Moro serviu antes de mais nada para reafirmar que, acima dos interesses políticos, as instituições democráticas cumprem com o seu papel. Só numa democracia, observados os limites da lei e da ordem, manifestantes com diferentes pontos de vista sobre o que está sendo decidido em âmbito judicial saem livremente às ruas para expor o que pensam. E só uma democracia consegue assegurar que nem mesmo pressões de toda ordem, como as registradas ontem, possam cercear o amplo direito à defesa ou intimidar o Judiciário. Com a mobilização de um esquema de segurança em que até mesmo as Forças Armadas estiveram de prontidão para assegurar normalidade a mais essa etapa do processo, Curitiba demonstrou isso na prática.
Editorial
A reafirmação das instituições
O que o país conseguiu demonstrar ontem, em Curitiba, é a capacidade de respeitar o direito à livre manifestação, sem que o Judiciário se deixe intimidar por pressões