Ensinar habilidades de comunicação, criatividade, pensamento crítico, colaboração, adaptabilidade, resiliência e um mindset de aprendizado contínuo.
Alguma semelhança com o que ensinamos aqui? Este é o conteúdo das escolas mais avançadas do mundo, como as da Finlândia, país que tem liderado as inovações em educação e, até 2020, vai mudar todas as suas escolas. Isso porque é difícil prever não só quais carreiras vão existir no futuro, como quais tecnologias vão estar disponíveis daqui a 5/10 anos. Estima-se que 65% das crianças matriculadas a partir de 2011 vão trabalhar em carreiras que ainda não foram inventadas. Então, o que devemos ensinar para os alunos? Um instigante artigo publicado esta semana pela Singularity University Alison Berman diz: "se você perguntasse a agricultores anos atrás que habilidades seus filhos deveriam ter para prosperar, eles diriam que precisavam saber ordenhar uma vaca ou plantar um campo". Precisavam de habilidades genéricas para profissões que mudavam muito pouco. E isso aconteceu durante quase toda a história humana. Mas nos últimos séculos cada geração viu profissões desaparecerem, enquanto novas surgiram. Máquinas foram automatizando a manufatura cada vez mais rápido. Todos os trabalhos repetitivos estão sendo trocados por robôs e computadores. Ao mesmo tempo em que estes diminuíam, outros não imaginados iam surgindo: blogueiros, codificadores, jogadores de videogames profissionais, DJs, storytellers etc.
Pesquisas mostram que os atuais currículos não estão preparando estudantes para a inovação tecnológica, volatilidade dos mercados e incertezas do século 21. A tecnologia está mudando tão rapidamente no mundo hiperconectado de hoje que precisamos de "resolvedores de problemas", pensadores inventivos e adaptados às mudanças. O modelo de educação que usamos atualmente foi criado há muitíssimos anos, para momentos com mercados estáveis, que estão deixando de existir. Já no Brasil, e no RS, qualquer mínima mudança no ensino suscita uma gritaria geral, sem avançarmos um milímetro sequer. São poucas as escolas que estão ousando implantar métodos e disciplinas inovadoras. Está mais do que na hora de perder o medo das mudanças e partir para reinventar o que estamos ensinando a nossos alunos!