A terceira versão da Base Nacional Comum Curricular foi apresentada na última quinta-feira ao Conselho Nacional de Educação pelo ministro Mendonça Filho, da Educação, com uma inovação em relação ao processo de alfabetização dos estudantes brasileiros: o prazo de letramento, que atualmente vai até o 3º ano do Ensino Fundamental, passa para o 2º ano, quando os estudantes geralmente têm sete anos. O objetivo da mudança, segundo o próprio ministro, é assegurar às crianças oriundas de famílias pobres o mesmo direito dos alunos de classe média, que se alfabetizam com idade inferior à média das escolas públicas.
A medida é correta. Já está comprovado o mau desempenho de métodos que retardam a alfabetização, aceitando que a criança seja promovida de ano sem dominar o conteúdo previsto para a sua série. A nova BCC propõe o enfrentamento do problema. Mas a distância entre a teoria e a prática só será encurtada se os governos investirem mais na Educação Infantil e se os professores forem efetivamente capacitados para alfabetizar no prazo previsto, mesmo quando lidam com crianças sem contato anterior com a leitura e a escrita.
Espera-se que o apoio técnico do MEC, prometido pelo ministro para Estados e municípios avançarem na definição de currículos, também se estenda ao preparo de pessoal.