É inaceitável a decisão da prefeitura de Porto Alegre de fechar todos os postos de saúde do município durante o feriadão de Carnaval. A orientação não apenas sobrecarrega o Hospital de Pronto Socorro (HPS) como também dificulta, ou até inviabiliza, o atendimento de pessoas que moram na periferia da cidade. Mais do que isso, contrasta com os compromissos de campanha do prefeito Nelson Marchezan, que pediu votos com a promessa de ampliar o atendimento até as 22h em alguns postos.
Não é a primeira vez que pacientes ficam desassistidos nessas circunstâncias. Equívocos do passado, porém, não podem continuar servindo como justificativa para a paralisação dos serviços. O agravante é que, na maioria das vezes, os usuários sequer são claramente avisados sobre a descontinuidade no atendimento.
A tendência do fechamento de órgãos públicos em datas especiais é sempre prejudicial aos contribuintes, mas se mostra particularmente perversa quando afeta áreas como a saúde pública. O problema se agrava numa época em que cada vez mais pessoas dependem exclusivamente do setor público, por falta de condições de recorrer à área privada.
Diante dos problemas registrados agora, é preciso que a administração municipal se disponha a evitar sua repetição. O mínimo que a população pode esperar nesses casos é que os servidores públicos se programem para trabalhar em escala durante os feriados – uma alternativa menos drástica do que o fechamento.