A absurda morte de uma adolescente no interior de uma escola de Cachoeirinha, decorrente de uma briga com colegas, torna impositiva e inadiável a implantação de uma cultura de paz nas redes de ensino do Estado. Não é possível que crianças e adolescentes estejam expostos a tais riscos no horário escolar, quando as famílias os consideram em segurança. Brigas entre estudantes no interior das escolas são inadmissíveis, não podem ser toleradas.
As direções das escolas têm o dever de envolver as comunidades nas quais as instituições de ensino estão localizadas para colocar em prática projetos de cultura de paz e sistemas preventivos que evitem riscos de qualquer espécie para os alunos. O ambiente escolar precisa ser visto como um lugar de convívio não apenas com vistas ao futuro profissional dos alunos, mas também para a sua formação como cidadãos.
Mas é preciso ficar claro que a responsabilidade maior não é da escola. O problema central, revelado por esse caso específico, são a degradação de valores e a perda de referências na educação familiar. Num cenário de crise como o enfrentado pelo país, com famílias desestruturadas e seus integrante mais preocupados com a sobrevivência financeira, essa é uma questão que precisa ser mais debatida no ambiente de aprendizado, envolvendo tanto educadores quanto alunos e familiares.
O diálogo franco e a incorporação do tema da violência como parte dos conteúdos ministrados em classe precisam ser intensificados como prevenção contra agressões entre alunos. As escolas não podem permitir que a violência em torno delas contamine um espaço nobre como o do saber.