Entidades de classe representativas do serviço público estadual, notadamente o Cpers e a Associação de Cabos e Soldados da Brigada Militar, ameaçam promover paralisações para pressionar o governo a pagar em dia seus vencimentos e a suspender reformas que os atingem. Os professores têm assembleia geral programada para o dia 8 de março, já com indicativo de greve. A associação dos PMs promete uma mobilização mais intensa do que a realizada dois anos atrás, quando os soldados protagonizaram dois dias de "aquartelamento", com familiares na frente dos batalhões, como ocorre atualmente no Espírito Santo e no Rio de Janeiro.
A causa dos servidores é legítima. Não há quem discorde do fato de que os funcionários públicos, como todos os demais trabalhadores, têm direito a receber em dia e condignamente pelo serviço prestado. Mas adianta paralisar atividades essenciais quando se sabe que o Estado está em crise financeira e o governo parcela salários por absoluta falta de recursos? Prejudicar a população vai fazer o dinheiro aparecer?
Bem que as lideranças das duas bravas categorias poderiam refletir melhor e partir para ações mais criativas, que não incluam a suspensão dos serviços à população. Professores e policiais estão entre as categorias de trabalhadores mais admiradas pelos cidadãos, que invariavelmente reconhecem a importância dos serviços prestados pelos profissionais da educação e da segurança. Por que destruir essa confiança com paralisações que só prejudicam a sociedade?