É promissora a decisão da prefeitura de Porto Alegre de privilegiar competência e meritocracia sobre indicações políticas na escolha dos gestores dos órgãos municipais. Já o novo presidente da Empresa Pública de Transporte e Circulação (EPTC), segundo informou ontem o secretário de Infraestrutura e Mobilidade Urbana, sairá do Banco de Talentos que está sendo formado com esse propósito. Ainda que o processo seja mais demorado, a seleção técnica garante transparência e eleva a confiança dos cidadãos nos seus representantes, principalmente neste momento de descrédito da classe política.
Evidentemente, ninguém deve ser excluído de oportunidades na administração pública por ser político ou por ter filiação partidária, até mesmo porque tais condições são indispensáveis para o funcionamento da democracia representativa. Mas parece adequado, como está propondo o prefeito Nelson Marchezan, que o recrutamento para alguns cargos de gestão obedeça critérios técnicos e meritocráticos – e não apenas o político, como vem sendo feito historicamente no país.
Nem sempre é fácil atrair profissionais de excelência para a gestão pública, que, devido à continuada crise financeira, já não consegue competir com a iniciativa privada na oferta de remuneração e vantagens para os executivos mais capacitados. Ainda assim, a criação de um banco de talentos, como está fazendo a prefeitura da Capital, possibilita encontrar profissionais que querem fazer carreira na administração pública e que poderão ser avaliados pela competência e pelos resultados.