Há mais de 30 anos, governos e entidades gaúchas se ocupam em debater os rumos do Estado, sua decadência em temas importantes como educação, saúde e segurança, em busca de um futuro melhor. Cada um que assume o comando contrata uma consultoria ou pede a organizações empresariais, empresas de planejamento ou órgãos públicos para elaborarem estudos de como poderíamos sair do buraco.
Dos que lembro, já tivemos o Relatório Sayad, encomendado pela Fiergs em 1989; a Sociedade Convergente, de 2008; o RS 2010, feito pelo governo; o Rumos 2015; o Pactos pelo Rio Grande, iniciativa da Assembleia Legislativa; a Agenda 2020, estudos feitos pela Fundação Getulio Vargas no governo passado e, agora, em dezembro de 2016, por iniciativa do atual governo, foi lançado o projeto FuturoRS, agenda de desenvolvimento que vai ter cadernos para analisar o RS até 2040, além de debates sobre temas estratégicos.
Mais um estudo. E o que foi feito com todos os outros diagnósticos e análises? Meu amigo Ricardo Giuliani diz que aqui "temos muita iniciativa e pouca acabativa!". Se a sociedade gaúcha quisesse realmente mudar esse quadro, já teria feito acontecer. E não teríamos ficado tanto tempo imersos em divergências inúteis, que só servem para marcar posições, como o tema dos pedágios, que vão e voltam.
O RS está tão encalacrado que, nós mesmos, como sociedade, temos que enfrentar os problemas. Não somente os governos. Chega de "me engana que eu gosto". Chega de fazer de conta que estamos resolvendo os problemas reais, enquanto mergulhamos num enorme vazio social!
Quero iniciar, aqui nesta coluna, um debate sobre algumas dessas questões do nosso vazio social.