Todo final de ano é um momento de olhar para trás e rememorar o que se passou. Em épocas duras como as atuais, em que o nosso país está mergulhado em profunda crise econômica e política, parece mais difícil pensarmos em fatos positivos, porém, o Brasil passou, sim, por um momento extremamente importante.
Dois mil e dezesseis caracterizou-se pelo ápice da Operação Lava-Jato e pelo impeachment de uma presidente da república. Os brasileiros começaram a acreditar que a cadeia não abriga apenas as classes mais desfavorecidas e que empresários e políticos são penalizados por seus atos de má-fé. Trata-se da responsabilização dos agentes públicos e privados. Excelente, e devemos comemorar! Porém, por outro lado, experimentamos a falência completa do Estado. Este ente provedor não supre mais as necessidades de uma nação que, infelizmente, se acostumou ao assistencialismo desmedido, criando-se uma população dependente de regalias. Salários atrasados, péssimos serviços públicos e muito mais revoltam as pessoas que, ao mesmo tempo, fecham os olhos para a real situação econômica do governo.
Incrível para alguns, mas os tempos de gastança parece que chegaram ao fim. Não há mais espaço para os líderes generosos com o dinheiro alheio, ou melhor, dinheiro do eleitor. As despesas públicas tornaram-se impagáveis e ninguém mais aguenta novas altas de impostos. Equação difícil de fechar, mas não podemos quebrar. Temos que mudar profundamente a cultura na qual estamos inseridos. Teremos que aceitar e apoiar medidas duras. Privatizar, reduzir muito os custos ordinários, bem como desburocratizar as relações empresariais são alguns dos temas fundamentais para o crescimento. Caso contrário, não sobrará nação para ninguém.
É preciso incentivar fortemente a economia e a geração ampla de empregos. Está na hora de valorizar profundamente os já empreendedores ou quem tiver a coragem de começar a empreender. Os entes públicos têm que ajudar e não atrapalhar. Enfim, para 2017, ou mudamos nossa cultura e atitudes, ou permanecemos coletivamente irracionais, acelerando em direção ao fracasso e à desconfortável paralisação de quaisquer atividades econômicas no Brasil.